Paulo Bonfim, antes e depois de se submeter à cirurgia do estômago. |
Três hospitais no Paraná fazem, pelo Sistema Único de Saúde, a cirurgia do estômago para redução de peso, a gastroplastia. Ela é feita pelo SUS no Hospital de Clínicas da UFPR, em Curitiba, no Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná, em Londrina, e em Maringá, no Hospital Universitário da UEM. Somente no Hospital de Clínicas, são 350 pessoas na espera. É feita uma cirurgia por dia. Mas todos os custos são cobertos pelo SUS, inclusive tratamentos psiquiátricos quando necessários, de nutrição, e cirurgias plásticas.
O médico João Batista Marquesini, que realiza este tipo de cirurgias na capital, explica que a operação é feita pelo SUS ou coberta pelos planos de saúde quando o paciente apresenta obesidade mórbida, que traz riscos para saúde. A cirurgia custa para o SUS cerca de R$ 4 mil.
O índice da massa corporal (IMC) é o que indica se a pessoa é obesa ou tem somente excesso de peso. O IMC é calculado dividindo o peso pelo quadrado da altura. Se o número for superior a quarenta, é necessária a cirurgia.
Segundo Marquesini, é preciso cuidado com a quantidade de alimentos ingeridos, principalmente nos primeiros quinze dias, pois ainda quando não há cicatrização das suturas. O médico explica que o peso ideal em quilogramas é equivalente aos centímetros de altura que excederem um metro. Por exemplo: uma pessoa, com 1,70 metro de altura deve pesar 70 kg.
Voluntário
Paulo César Bonfim, de 43 anos, que chegou a pesar 325 kg (apresentando assim obesidade mórbida), foi operado, em janeiro deste ano, no Hospital Evangélico de Curitiba, onde é voluntário, pelo médico Paulo Afonso Nunes Nassif. Como o hospital não tem convênio, uma empresa que não se identificou forneceu todo o material para a cirurgia.
Paulo já passou por vários spas e regimes, mais sempre voltou a engordar. Enfrenta o problema desde 1977.
A dieta que seguiu nos primeiros quinze dias após a cirurgia foi somente de líquidos, 50 ml de duas em duas horas. Depois, comidas pastosas, como purê de batata, voltando a seguir para a comida normal. Mas ainda hoje, ingere somente 150ml, várias vezes ao dia. Procura mastigar bem os alimentos e dispensou o açúcar, substituindo pelo adoçante. A sua alimentação é controlada por um nutricionista.
Paulo se considera outra pessoa: para ele, a qualidade de vida melhorou “150%” Acabaram os apelidos. Os remédios foram abolidos. De uma pressão arterial de 25 por 19 passou, hoje, para 12 por 8. Ele também participa de um grupo de ex-operados que mensalmente se reúne no Hospital Evangélico.
Lipo exige um especialista
Guilherme Voitch
A cirurgia de lipoaspiração deve ser realizada por médicos especialistas membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O alerta é do presidente da regional Paraná da entidade, José Carlos de Miranda. Pela atual legislação, qualquer profissional habilitado em Medicina pode exercer as diversas tarefas da profissão. Mas, segundo Miranda, o cirurgião conta com uma formação diferenciada dos demais já que permanece mais 5 anos estudando após o término da faculdade . “Aprendemos a teoria e fazemos a residência nos hospitais”, diz.
A consulta com profissionais especializados também é defendida pela cirurgiã plástica Ana Zulmira Badin, especialista em laserlipólise (lipoaspiração feita à laser), que participou do Congresso Americano de Cirurgia Estética, em maio. A médica recomenda procurar médicos filados a Sociedade. “Um profissional credenciado sabe exatamente o que fazer, os exames necessários e vai explicar ao paciente sobre as vantagens e os riscos da cirurgia”.
A profissional ressalta, no entanto, que a população deve se conscientizar que a lipo não é aconselhada para casos simplesmente estéticos.
A cirurgia de lipoaspiração não é indicada para pessoas com anemia e para mulheres que estejam amamentando. Durante a cirurgia deve ser retirado no máximo 5% do peso corporal do paciente. “Respeitados essas condições, a lipo é caracterizada como uma cirurgia de baixo grau de risco”.