A Polícia Civil mineira começa a exumar hoje os corpos de oito pessoas que podem ter morrido no Vale do Mucuri, em Minas Gerais, por causa do vermífugo Secnidazol 500mg manipulado pela farmácia Fórmula Pharma. Serão feitas as exumações de duas vítimas nos cemitérios de Ladainha e Concórdia do Mucuri e, quinta-feira, o procedimento será realizado com quatro pessoas enterradas em Teófilo Otoni, uma em Novo Cruzeiro e outra em Córrego da Coruja, distrito de Caraí.
Outras duas moradoras de Teófilo Otoni também morreram após tomar o medicamento, mas já havia investigação por suspeita de intoxicação causada pelo Secnidazol e elas foram submetidas a necropsia. O material, assim como o que será coletado nas exumações, será analisado pelo Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte, encarregado da análise toxicológica.
Hoje, técnicos da Fundação Ezequiel Dias (Funed), também na capital, vão fazer – na presença do fabricante – a abertura de amostra única do medicamento que também será submetido a análise. Além disso, a instituição também averigua as substâncias encontradas na sede da Fórmula Pharma que teriam sido usadas na manipulação do Secnidazol, já que há suspeita de contaminação cruzada. Pelos sintomas das vítimas, a principal possibilidade é de uso de um anti-hipertensivo na composição do vermífugo.
Ontem, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) voltou a pedir que pessoas que porventura tenham adquirido o medicamento da Fórmula Pharma o entreguem ao órgão. Isso porque, das 180 cápsulas manipuladas em 14 de novembro na farmácia, 62 permanecem desaparecidas e a SES acredita que elas possam ter sido comercializadas por outros estabelecimentos da região.
Marcelo Portela