Suor: Só molha a camisa quem quiser

Nos dias em que as temperaturas estão mais elevadas, ninguém está livre de "molhar a camisa", afinal suar é necessário para regular a temperatura do organismo. No entanto, quando o calor não é forte e as mãos insistem em gotejar ou as axilas formam aquelas imensas e indesejáveis manchas, é sinal que algum distúrbio pode estar acontecendo. Situação que pode ser esclarecida com uma visita a um especialista em hiperidrose, a doença marcada por suor excessivo e que está catalogada no Código Internacional de Doenças (CID).

A transpiração pode ser generalizada e habitualmente é ligada a exercícios físicos ou a fatores emocionais, como angústia, ansiedade ou medo, entre outras. Os desconfortos que comprometem o comportamento psicossocial das pessoas, são as hiperidroses localizadas, mais comuns na região das axilas, palma da mão, pés ou cabeça. Pior ainda, se vierem acompanhadas de um odor desagradável, uma associação do suor com bactérias da pele ou fungos.

Segundo o médico cirúrgico-torácico e especialista no tratamento Marlos Coelho, a hiperidrose é uma disfunção do sistema nervoso autônomo simpático, formado por gânglios e situado ao lado da coluna vertebral, que provoca uma sudorese excessiva em determinadas partes do corpo, principalmente mãos e axilas. Ela varia de indivíduo para indivíduo e a causa do distúrbio está ligada a fatores congênitos. De acordo com as estatísticas, cerca de 20% das pessoas afetadas já nascem com a doença. Este fato e a ocorrência da doença em elementos da mesma família levam à conclusão do importante fator hereditário presente na hiperidrose.

Cirurgia

Para tentar solucionar o problema, os pacientes muitas vezes consultam dermatologistas, endocrinologistas e neurologistas. Sem obter resultados em curto prazo, abandonam o tratamento. Se isso ocorrer, o ideal é o paciente ser encaminhado a um especialista. Marlos Coelho salienta que o tratamento cirúrgico é o mais indicado para a doença. A cirurgia consiste na secção do tronco simpático. Esse corte interrompe o estímulo nervoso para as glândulas sudoríparas e o suor em quantidade desaparece.

Conhecida como simpatetectomia torácica por videotorascoscopia, o método cirúrgico emprega ótica adaptada a uma microcâmera. Como as incisões são pequenas e o campo cirúrgico é aumentado em cerca de 20 vezes, os procedimentos são facilitados. Os benefícios são inúmeros, tais como: menor índice de complicações e dor no pós-operatório, menor tempo de internamento e menos custos médico-hospitalares. Os pacientes podem ser operados em qualquer idade e saem do centro cirúrgico com as axilas ou palmas das mãos completamente secas, podendo voltar às suas atividades normais imediatamente.

Em alguns casos pode ocorrer o que os médicos chamam de sudorese compensatória, em que a transpiração excessiva continua a incomodar por algum tempo. Para esses casos, conforme Marlos Coelho, novas técnicas já estão sendo aplicadas. Ele cita a clipagem do nervo, cirurgia com grandes possibilidades de ser revertida, como uma das opções mais utilizadas. De acordo com o especialista, 95% dos pacientes com sudorese axilar e 100% das vítimas de sudorese palmar, ficam plenamente satisfeitos com os resultados do procedimento cirúrgico.

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