Roma – Somente uma entre três pessoas infectadas com o vírus HIV tem acesso a tratamentos, devido ao alto custo dos medicamentos usados para combater a doença, informou um relatório da ONG ActionAid, fundada na Inglaterra e com atuação em todo o mundo.
De acordo com o relatório, divulgado por ocasião do Dia Mundial de Combate à Aids, que acontecerá em 1º de dezembro, ainda que desde 2001 os preços dos remédios contra a Aids tenham caído, os medicamentos de segunda geração, utilizados com o aumento da resistência do vírus, permanecem caros, gerando despesas em torno de US$ 1.200 ao ano por pessoa.
A fabricação de medicamentos genéricos fez com que o preço de remédios contra a Aids caísse dez vezes em cinco anos, sendo que 63% dos medicamentos retrovirais comprados na África Subsaariana em 2004 eram genéricos fabricados na Índia, África do Sul e Brasil.
Apesar disso, somente 3% dos medicamentos de segunda geração possuem genéricos, já que são em grande parte protegidos por patentes.
"Se a comunidade internacional quer manter o compromisso feito durante o G8 de Gleneagles de garantir o acesso universal às terapias em 2010, os tratamentos para a Aids deverão estar à disposição de 13 milhões de pessoas", disse Marco De Ponte, secretário geral da ActionAid.
"Os recursos atualmente à disposição consentirão somente a 4,6 milhões de soropositivos ter acesso às terapias anti-retrovirais", acrescentou.
Para De Ponte, é necessário o fortalecimento da indústria de remédios genéricos nos países pobres, através de parcerias e compartilhamento de tecnologia.
Para que o acesso universal ao tratamento da Aids aconteça até 2010, são necessários US$ 42,2 milhões.
