Um estudo divulgado durante o Congresso Mundial de Cardiologia, realizado em Barcelona em setembro de 2006, revelou que ter síndrome metabólica pode aumentar o risco de morte súbita de origem cardíaca em 70%. "A síndrome metabólica é o resultado de um processo iniciado muitas vezes pela obesidade. E, pela alta incidência na população, podemos considerá-la um problema de saúde pública, que precisa ser combatido urgentemente", afirma Dr. Jairo Lins Borges, médico cardiologista do Instituto Dante Pazzanese de São Paulo. A síndrome metabólica atinge aproximadamente de 50% das pessoas com mais de 60 anos, 85% dos diabéticos e 40% a 50% dos cardíacos. Nos EUA, cerca de 24% dos adultos têm a síndrome. Segundo o Dr. Jairo, os principais fatores que levam ao desenvolvimento da síndrome metabólica incluem fatores ambientais e predisposição genética; hábitos alimentares inadequados e falta de exercícios físicos, além de pressão alta, colesterol anormal e tendência para diabetes.
De acordo com as diretrizes européias sobre Síndrome Metabólica, a doença é caracterizada pela presença de três ou mais dos seguintes indicadores clínicos: cintura abdominal acima de 94 cm para homens e 80 para mulheres; glicose acima de 100 mg/dl; pressão arterial igual ou acima de 130 por 85; HDL-C (bom colesterol) abaixo de 40 mg/dl para homens e 50 para mulheres; e triglicérides acima de 150 mg/dl. Controlar esses índices, portanto, é fundamental.
Os fatores que caracterizam a síndrome metabólica resultam de uma cadeia de eventos que ocorrem no interior do corpo. A obesidade abdominal (ou a popular "barriguinha de chope") inicia todo o processo, pois essa gordura acumulada gera triglicérides em excesso. Para evitar esse problema não adianta fazer lipoaspiração, pois o perigo está na gordura que fica entre as vísceras, e não na aparente (subcutânea), alvo da operação, que tem efeito apenas estético. Os ácidos graxos gerados no abdômen se transformam em triglicérides, que vão para a circulação sanguínea e reagem com o HDL-C (bom colesterol), fragmentando suas moléculas. Por causa de seu tamanho reduzido, este HDL-C modificado pelos triglicérides acaba sendo eliminado pelo corpo, perdendo seu poder de proteção cardiovascular. Além disso, os triglicérides potencializam o perigo do LDL-C (mau colesterol). A mesma fragmentação acontece com o mau colesterol e dá origem a pequenas partículas do mau colesterol, que são ainda mais perigosas, ajudando na formação da aterosclerose, que são placas de gordura que entopem as artérias e podem levar ao infarto ou à morte cardíaca.
O fígado também é atingido pela grande quantidade de ácidos graxos na circulação, prejudicando a atuação de insulina, o que pode levar ao diabetes do tipo 2 ou do adulto. Como a insulina é a responsável pelo processamento do açúcar no corpo, o pâncreas (órgão que produz a insulina) passa a produzi-la em maior quantidade a fim de evitar o diabetes. Contudo, a grande quantidade de insulina aumenta a retenção de sódio no organismo, que, por sua vez, eleva a pressão arterial, com risco de acidente vascular cerebral (AVC).
A niacina de liberação programada (princípio ativo do Metri, produzido pela Libbs Farmacêutica) é um dos medicamentos mais indicados para tratar a dislipidemia típica da síndrome metabólica. Ela reduz os triglicérides em até 50%, aumenta em 30% o HDL-C e diminui os níveis de LDL-C em 17%. Reduz, especialmente, as pequenas partículas ainda mais nocivas de mau colesterol. Quando associado à prática de exercícios físicos regulares e à adoção de uma dieta saudável, o tratamento tem sucesso ainda maior.