A rede municipal de saúde inclui a partir desta segunda-feira (06) a vacina contra o rotavírus no calendário básico de vacinação das crianças menores de um ano de idade. A vacina estará disponível em todas as unidades de saúde da cidade, no horário normal de funcionamento.
A medida acompanha determinação do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, e torna o Brasil o primeiro país do mundo a incluir a vacina anti-rotavírus no sistema público de saúde.
A vacina é aplicada em duas doses, aos dois e aos quatro meses de vida do bebê, junto com as demais vacinas indicadas para esta faixa etária. A criança não deve tomar a vacina antes de um mês e 15 dias de vida nem com idade superior a três meses e sete dias. A segunda dose não pode ser aplicada em bebês com mais de cinco meses e 15 dias. O intervalo entre as doses não pode ser inferior a quatro semanas.
O rotavírus é considerado no mundo todo um dos mais importantes agentes causadores de gastroenterites em crianças menores de cinco anos. É o principal agente etiológico da diarréia grave na infância. Estudos mostram que o rotavírus é responsável por um terço dos casos de hospitalização por vômitos e diarréias. A incidência da doença é maior em crianças entre seis meses e 24 meses de idade. Adultos podem se infectar, mas na maioria são casos leves e até assintomáticos.
Até o momento são reconhecidos sete diferentes grupos de rotavírus. A doença tem um período de incubação de um a três dias e os sintomas aparecem rapidamente: diarréia, vômito e febre. A diarréia geralmente é intensa, podendo evoluir para uma desidratação grave. A transmissão do rotavírus se dá pelo contato pessoa a pessoa – especialmente por mãos contaminadas -, através da água, alimentos e objetos infectados. O período de maior incidência da doença vai do outono até a primavera.
Tratamento
O tratamento da infecção por rotavírus é o mesmo aplicado em pacientes com doenças diarréicas agudas. O fundamental é a hidratação oral ou parenteral. "Porém, a elevada taxa de transmissão da doença – mesmo em áreas com condições apropriadas de higiene e saneamento – e sua rápida progressão para a desidratação acelerou o desenvolvimento da vacina", afirma a médica Margarete Soares, do Programa de Atenção à Saúde da Criança.
A primeira vacina foi licenciada nos Estados Unidos, em 1998. De lá para cá, os estudos se intensificaram, também por recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), até o surgimento da vacina Rotarix, aplicada via oral, licenciada em 2004, depois de testada em 60 mil crianças – o maior estudo pré-licenciamento já conduzido para avaliação de segurança vacinal. A Rotarix foi licenciada no Brasil em 2005 e incluída este ano no Plano Nacional de Imunizações.
