A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está recomendando a vacinação contra sarampo para pessoas que vão viajar para o exterior, principalmente para a Ásia, Europa e África. No mês passado, foram registrados quatro casos da doença em Santa Catarina e dois em São Paulo, entre eles duas crianças. O sarampo foi transmitido pelo surfista Fábio Gouveia, que veio da Ásia. As doses estão disponíveis no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, e de Foz do Iguaçu, nas salas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O diretor de vigilância e saúde da Sesa, Luiz Armando Erthal, diz que o surfista veio doente da Ásia e durante os vôos dentro do país transmitiu a doença para algumas pessoas que tiveram contato com ele. Todos estão fora de perigo e os casos estão controlados, evitando outros contágios. Mas para evitar que mais gente seja acometida pela doença no exterior e traga para o País, a Anvisa está trabalhando com as secretarias de saúde de todos os estados para colocar doses da vacina à disposição de quem vai para fora do Brasil em todos os aeroportos.
A Anvisa também está fazendo um rastreamento de vôos que ocorreram depois do dia 14 de junho para verificar quais os medicamentos usados durante as viagens. Remédios para baixar a febre, um dos sintomas, podem colocar outras pessoas sob suspeita da doença. ?Estamos examinando as listas de passageiros para garantir que nenhum caso passe despercebido?, afirma o técnico da área de Controle de Viajantes da Anvisa, Rodolfo Navarro Nunes. Todos os vôos onde foram registrados os casos são da empresa Varig.
Hoje, o responsável pela área de saúde da empresa vai se reunir com os técnicos da Anvisa para saber quais novas informações são necessárias para encontrar outros possíveis casos. Os funcionários de aeroportos também estão recebendo uma atenção especial.
Erthal explica que o último surto da doença que ocorreu no País foi em 1998 e o último caso registrado no Paraná foi em 1999. Desde então, o vírus que provoca a doença não circula mais no País. No entanto, outros continentes ainda não erradicaram a doença.
Tipo
A vacina aplicada é a tríplice viral, que também previne contra cachumba e rubéola. É recomendada principalmente para pessoas acima dos 35 anos, já que as campanhas de vacinação em massa começaram na década de 1980 no Brasil. Uma dose já é suficiente para a imunização. Quem já teve a doença ou já tomou uma dose não precisa se preocupar. Quem não lembra se já foi vacinado pode tomar mais uma.
O sarampo é uma doença perigosa e se não tratada pode evoluir para broncopneumonia. Os sintomas são febre alta, tosse, dores musculares, conjuntivite, fotofobia (incômodo com a claridade) e exantemas, que são as manchas vermelhas pelo corpo.
Erthal recomenda às pessoas que acabaram de chegar do exterior e estão apresentando alguns destes sintomas a procurar um posto de saúde para se certificar que não se trata da doença.