A Secretaria de Estado da Saúde, através da Divisão de Zoonoses, alerta a população do Paraná sobre os perigos do escorpião. No Brasil, o número de casos vem aumentando nos últimos anos, ultrapassando inclusive o número de casos com serpentes. De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde e Pesquisa, Vera Drehmer, no Paraná isto ainda não acontece, mas os órgãos de limpeza urbana associados à população devem manter a limpeza de terrenos e quintais para que não haja aumento de casos.
?O controle químico não é eficiente contra o escorpião, por isso a prevenção ainda é a melhor solução. Se não ocorrer uma mudança de hábito em relação à limpeza, a tendência é aumentar o número de escorpiões, principalmente em lugares quentes, onde existem muitos insetos, que são a principal fonte de alimentação do escorpião?, afirma.
No Paraná existem várias espécies de escorpiões, sendo que as mais comuns são Bothriurus sp e Tityus costatus. Porém, somente duas espécies merecem mais atenção: Tityus serrulatus ou escorpião amarelo, que possui veneno altamente tóxico podendo levar a morte, e Tityus bahiensis ou escorpião marrom, que também possui veneno tóxico podendo causar acidentes moderados com pouca gravidade.
De acordo com a chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicações, Gisélia Rúbio, são registrados cerca de 250 casos por ano de acidentes com escorpiões no Paraná, sendo que nunca foi registrada nenhuma morte. A Secretaria da Saúde acompanha os casos registrados juntamente com os municípios, mapeando áreas de risco para facilitar o trabalho, além de ministrar palestras para população e profissionais de saúde. No caso do local não possuir soro específico disponível, a Secretaria descentraliza o soro para a região.
As últimas intervenções da secretaria da Saúde foram em Capitão Leônidas Marques, Toledo, Cascavel, Paranavaí, Jacarezinho, Cornélio Procópio, Maringá, Cianorte e Campo Mourão.
Cuidados e sintomas
Para evitar acidentes com o escorpião, devem ser tomados alguns cuidados como: não acumular entulhos como tijolos, telhas e garrafas vazias no fundo do quintal, terrenos baldios ou áreas livres, usar botas e luvas para remover o entulho e o lixo, evitar plantas com muitas folhagens, eliminar insetos, principalmente baratas, o alimento preferido dos escorpiões. É necessário ainda manter o lixo em sacos plásticos sempre dentro de latas fechadas, acabar com buracos e frestas em paredes, janelas, portas, pisos e muros, colocar sacos de areia na soleira das portas e telas nas janelas e ralos, inspecionar panos de chão antes de usá-los e deixá-los sempre pendurados, examinar roupas e calçados antes de vesti-los.
Os principais sintomas causados pela picada dos escorpiões são: dor e amortecimento leve no local da picada (leve), dor intensa, vômitos ocasionais, suor, agitação, taquicardia, hipertensão arterial (moderado) e nos casos mais graves causa vômitos intensos, pulso lento, falta de ar intensa e choque, podendo levar à morte. Gisélia explica que em caso de acidente por escorpião, o local da picada deve ser lavado com água e sabão, em seguida deve ser procurada assistência médica, além disso, o animal deve ser capturado com segurança e levado para que seja feita a identificação.