A osteoporose é considerada um grave problema de saúde pública e uma das mais importantes doenças associadas ao envelhecimento. A incidência de doenças mais comuns em mulheres mostra que as fraturas osteoporóticas são três vezes mais freqüentes que as Doenças Coronarianas, sete vezes mais que os AVC (Acidentes Vasculares Cerebrais) e oito vezes mais que o Câncer de Mama. Hoje acomete cerca de mais de 20 milhões de brasileiros, particularmente mulheres após a menopausa e homens a partir dos 60 anos.

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O dia 20 de Outubro, Dia Mundial da Osteoporose, foi a data especialmente escolhida para o lançamento Campanha Nacional de Prevenção da Osteoporose, uma iniciativa do Comitê de Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Afinal, quedas associadas à osteoporose – degeneração óssea que atinge grande porcentagem da população mundial – são uma combinação “de alto risco”, que afeta significativamente a qualidade de vida e pode levar à morte.

Osteoporose e queda: uma combinação perigosa

A cada ano a preocupação das entidades ortopédicas internacionais com a osteoporose, aumenta, a exemplo da AAOS (American Academy of Orthopaedic Surgeons), afirmando que a osteoporose é, indubitavelmente, uma patologia das mais relevantes na prática diária do ortopedista.

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Sua tendência é crescer ainda mais, já que a perspectiva de vida da população tem aumentado significativamente nos últimos anos, sendo suas piores conseqüências às fraturas.

Segundo o presidente do Comitê de Osteoporose e Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Dr. Henrique Mota Neto, o diagnóstico destas fraturas nem sempre é fácil devido às chamadas “fraturas sub-clínicas”, mas já se sabe que elas são de suma importância no prognóstico e na tomada de decisão terapêutica. “Uma fratura de punho que atendemos na Emergência é muitas vezes o primeiro sinal da doença e deve conduzir, no mínimo, a uma investigação adequada. É a primeira oportunidade que o ortopedista tem para encaminhar, ou diagnosticar e tratar a osteoporose, pois ocorre em pacientes mais jovens, ela não deve ser perdida. Elas predizem uma possível fratura do quadril 15 a 20 anos antes”, explica o especialista.

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As fraturas de vértebras da coluna são as mais comuns e mais freqüentes, muitas vezes, aparecem espontaneamente e podem levar às deformidades estruturais e/ou posturais dos indivíduos ou a dores incapacitantes.

A fratura do fêmur é a conseqüência mais dramática da osteoporose. Muitos pacientes com fratura de quadril 20% morrem devido à esta fratura, ou por complicações durante a cirurgia, ou mais tarde por embolia ou problemas cardiopulmonares. Dos 80% restantes dos pacientes que sobrevivem, cerca de 50% destes, ficam com graus variáveis de incapacidade, dependendo de muletas, cadeiras de rodas, andadores, bengalas entre outros, perdendo assim sua qualidade de vida. 

Estima-se que 30% das pessoas acima de 65 anos caem pelo menos uma vez por ano no Brasil. Esse número chega a 50% em pessoas com mais de 85 anos. Nas pessoas de terceira idade hospitalizadas em decorrência de uma queda, o risco de morte no ano seguinte à hospitalização varia de 15% a 50%, segundo dados da SBOT.

“Neste dia mundial da osteoporose, queremos levar esta mensagem de alerta e esclarecimento à população, para que possa buscar sua prevenção ou tratamento adequado junto ao seu médico ortopedista”, orienta Marcos Mousafir, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

Segundo o coordenador da campanha, Dr. Henrique Mota, este é um quadro grave e que precisa ser alterado. “Quando um idoso cai e fratura um osso, as conseqüências para a sua saúde são imediatas. Fisicamente, ele perde sua capacidade de mobilidade, a independência, e pode ter inúmeras complicações associadas à fratura. Psicologicamente, o dano pode ser ainda maior. Muitas vezes a queda assume um significado de decadência e fracasso, sentimentos de vulnerabilidade, humilhação e culpa”, afirma o ortopedista. “O mais triste é que esses acidentes poderiam ser evitados com a prevenção de alguns cuidados básicos de segurança”, completa o Dr. Henrique Mota coordenador da campanha.

E por incrível que pareça, os principais motivos dessas quedas estão nas pequenas armadilhas “escondidas” no próprio ambiente doméstico: desníveis de um ambiente para outro, tapetes que deslizam, fios que atravessam áreas de passagem, escadas sem corrimão, iluminação deficiente entre outros “pequenos descuidos”. A campanha Nacional de Prevenção da Osteoporose conta com o apoio de entidades como a Sociedade Brasileira de Otologia (audição e distúrbios do equilíbrio) e de grandes laboratórios farmacêuticos com Roche e Eli Lilly do Brasil.