O Ministério da Saúde lançou, nesta sexta-feira (07), na Bahia, ampla campanha de esclarecimento e estímulo ao planejamento familiar. A intenção do governo é garantir o maior acesso à informação e aos métodos contraceptivos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Foram entregues a todos os estados e municípios 11 milhões de cartelas de pílulas anticoncepcionais, do total de 50 milhões previstos para este ano.
No anúncio da campanha, foi lançada uma cartilha de bolso sobre a promoção e atenção à saúde da mulher e os avanços dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos nos 20 anos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre as inúmeras ações relacionadas à mulher, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lançará, em abril, o primeiro manual da América Latina a tratar da atenção à mulher no climatério. ?Há 20 anos, sequer se discutia sobre menopausa, climatério ou queixas ginecológicas.Estamos hoje dando um grande passo em direção aos direitos da mulher, promovendo o debate e um atendimento especial da adolescência à menopausa?-destacou o ministro. Ele informou que, até junho, lançará também o primeiro manual de queixas ginecológicas, destinado a orientar os médicos do SUS. É o primeiro manual da América Latina.
Até 20 anos atrás, quando foi criado o Sistema Único de Saúde, a cobertura de métodos contraceptivos era de 18,8% das mulheres em idade fértil atendidas pelo SUS. Hoje, a cobertura é de 100%.
A atenção obstétrica prestada pelo SUS era de 14% e, hoje, chega a 69%. ?Crescemos significativamente, mas ainda é uma cobertura insuficiente, nossa meta é chegar a 100% do atendimento pré-natal?-destacou Temporão.
Nesses 20 anos,o número de partos realizados pelo SUS saltou de 31% para 98,6%.
Campanha
A campanha de esclarecimento no rádio e na televisão terá como slogan ?Se cuide, filho não é brincadeira? e será veiculada no período de 09 a 22 de março. A campanha terá também cartazes e anúncios em revistas. ?A intenção do Ministério é cumprir o compromisso firmado pelo governo Lula, de ampliação do acesso a informação e aos métodos contraceptivos disponíveis no SUS, garantindo que a mulher e o homem escolham quantos filhos querem ter e quando ter?, ressaltou o secretário de Atenção a Saúde do Ministério da Saúde, José Carvalho de Noronha.
As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde de 27 estados e capitais e dos municípios de Campinas e Ribeirão Preto, em São Paulo, ficarão responsáveis por redistribuir os métodos aos municípios. Essa estratégia foi pactuada com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS) e com o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). Com a distribuição descentralizada, o objetivo é agilizar a chegada dos métodos à população.
A entrega dos demais métodos contraceptivos, como os anticoncepcionais injetáveis, dispositivos intra-uterinos (DIUs), diafragmas, ocorrerá nos próximos 90 dias.
Política Nacional de Planejamento Familiar
Vasectomia: O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, em dezembro do ano passado, aumento de 69% no número de vasectomias sem internação, se comparado ao número de procedimentos realizados em maio de 2007, data do lançamento da política. Já o número de vasectomias com internação subiu de 1.916 em maio para 2.321 no mês de dezembro de 2007, o que representa um aumento de 21%.
Aqui Tem Farmácia Popular: A procura pelos anticoncepcionais vendidos nas 4.027 farmácias e drogarias privadas conveniadas e que exibem a marca ?Aqui tem Farmácia Popular? apresenta crescimento mês a mês. Em junho, quando os contraceptivos passaram a estar disponíveis nesses estabelecimentos, foram vendidas 7.372 unidades. Em fevereiro, o número chegou a 155.614 unidades. Atualmente, em todo o país, uma média de 170 mil mulheres adquirem, mensalmente, contraceptivos através do sistema.
Preservativos: O Ministério da Saúde começou a distribuição da segunda parcela da compra de um bilhão de preservativos, a maior feita por um governo no mundo. Os 22 milhões de preservativos dessa etapa foram enviados aos estados e a primeira grade, disponibilizada antes do carnaval, foi de 19,5 milhões de preservativos. No mesmo período, também foram distribuídos 428 mil preservativos femininos, que garantiram a oferta da dupla proteção, defendida pela Política Nacional de Planejamento Familiar.