O salmão criado em cativeiro contém muito mais substâncias químicas tóxicas do que o salmão selvagem, revela um novo estudo. As quantidades são altas o suficiente para se aconselhar aos apreciadores de peixe que limitem o consumo de salmão, disseram os pesquisadores nesta quinta-feira.
A causa da contaminação é a ração dada aos salmões em cativeiro, disseram os cientistas, em um artigo publicado na edição desta semana da revista Science, da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
Muitos médicos e nutricionistas recomendam o consumo de peixes como o salmão porque são ricos em gorduras saudáveis, especialmente os ácidos graxos ômega-3, que podem ajudar a reduzir o risco de doenças cardíacas.
Mas os pesquisadores, bem com grupos ambientalista disseram que as descobertas relatadas na Science mostram que as pessoas devem escolher muito bem o peixe que consomem. Elas também devem exigir que o salmão seja rotulado de tal forma que se saiba se saiu de criatórios ou da ambientes selvagens. Isso, dizem eles, vai dar ao consumidor instrumentos para escolher.
A equipe da Universidade de Indiana, da Universidade de Albany e da Universidade Cornell, entre outros centros de pesquisa, analisou a presença de contaminantes em 700 salmões de criatórios e selvagens, retirados de mercados em 16 cidades da Europa e dos Estados Unidos. “Achamos que é importante para as pessoas que comem salmão saber que o que é produzido em cativeiro tem níveis mais altos de toxinas do que o salmão pescado no oceano”, disse o professor de assuntos ambientais Ronald Hites, de Albany, que chefiou o estudo.
Eles procuraram 13 diferentes substâncias químicas que reconhecidamente se acumulam na carne do peixe: PCBs, dioxinas, toxafeno, dieldrin, hexaclorobenzeno, lindano, heptacloro epóxico, cis-nonacloro, trans-nonacloro, gama-clorodano, alfa-clorodano, mirex, endrin e DDT. Uns são pesticidas, outros são subprodutos industriais e muitos são reconhecidamente cancerígenos ou suspeitos.
