Basta respirar o ar poluído da cidade ou a poeira doméstica que começa a sessão de espirros e coceira no nariz. Estes são os sintomas mais conhecidos da rinite alérgica, uma doença que chega a atingir cerca de 30% das crianças e adolescentes no País, segundo o estudo ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood). Porém, nos pequenos, a doença não se limita à irritação no nariz, mas caracteriza-se por ser uma inflamação sistêmica. Prova disso é que a rinite alérgica freqüentemente ocorre em conjunto com outras inflamações como a sinusite e a asma ? cerca de 40% dos pacientes com rinite têm asma e até 80% dos asmáticos apresentam sintomas de rinite. Além disso, há outras doenças associadas ? as chamadas co-morbidades ?, como tosse crônica, dor de garganta, de ouvido e conjuntivite.
Em adultos, a doença é de fácil reconhecimento, já que os sintomas são quase sempre o clássico prurido no nariz, os espirros, a obstrução nasal e a coriza. Mas por se manifestar de múltiplas formas nas crianças e adolescentes, o diagnóstico da rinite alérgica nesse tipo de paciente costuma ser difícil, o que não raro leva ao tratamento errôneo. “O diagnóstico de rinite alérgica é com freqüência omitido nessas crianças, que são tratadas com múltiplas doses de antibióticos. É muito importante ter em mente o conceito de doença sistêmica. Ele nos alerta para a necessidade do controle da rinite e, indiretamente, das outras manifestações respiratórias”, afirma Dra. Maria Candida Rizzo, doutora em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e preceptora de Residência Médica do Hospital Menino Jesus/PMSP.A rinite alérgica é uma desordem sintomática do nariz causada pela exposição a agentes ambientais ? os chamados alérgenos ?, como ácaros da poeira doméstica, mofo e pêlos de animais, que origina uma inflamação na mucosa. Substâncias irritantes, como gases poluentes e perfumes, contribuem para agravar o quadro. “Os alérgenos ligam-se a anticorpos presentes no organismo dos indivíduos alérgicos, levando à liberação de ?substâncias? das células, capazes de produzir espirros, coceira no nariz e na garganta, coriza e obstrução nasal”, esclarece Dra. Maria Candida, que também é autora de Rinite alérgica: Complicações da rinite, pocket book para orientação de médicos que a Libbs Farmacêutica está lançando este mês. Quando a mucosa nasal está inflamada, pode ocorrer a alteração das condições normais de outros órgãos com os quais o nariz se comunica, como o pulmão, a faringe, os seios da face, os olhos e ouvidos. “Crianças com rinite apresentam muitas vezes voz anasalada, fadiga e perda do apetite por causa do olfato prejudicado. Como conseqüência, pode haver perda de peso e altura”, comenta a Dra. Maria Cândida.Outra co-morbidade muito freqüente é a respiração oral. “Crianças com rinite alérgica muitas vezes tornam-se respiradoras orais, roncam à noite e não se alimentam direito, como resultado da congestão nasal. Queixam-se de dificuldade para dormir e fragmentação do sono. Todos esses fatores acabam afetando também o crescimento normal da criança. Além disso, ao respirar pela boca, a criança anula a função nasal de filtrar, umidificar e aquecer o ar, o que também leva à inflamação de garganta, na mucosa oral e hiper-responsividade brônquica”, aponta a Dra. Maria Cândida. A rinite alérgica, associada às suas co-morbidades, em geral causa dificuldade de concentração e perda cognitiva, podendo traduzir-se em mau rendimento escolar e perda de qualidade de vida para o paciente.O pocket book Rinite alérgica: Complicações da rinite integra o programa de Educação Médica Continuada realizado pela Libbs Farmacêutica e compõe uma coleção de cinco guias ? dos quais três já foram publicados ? que abordam a rinite alérgica sob diversos prismas, do diagnóstico ao tratamento. Os livretos são distribuídos gratuitamente para aproximadamente 18 mil médicos, entre alergistas, pediatras e pneumologistas.Rinite alérgica em crianças exige atenção especial
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