Além da desnutrição e do componente genético, que podem ser as causas principais da baixa estatura, o estudo ? realizado pelas psicólogas Vanda Falcone e Vânia Costa ? concluiu que o fato de a criança ser ?baixinha? pode indicar algum problema de ordem psicológica. Rejeição, gravidez indesejada, falta de afeto, violência doméstica e alcoolismo podem ser causas de dificuldades no crescimento.
Muitas das crianças analisadas, todas entre 6 e 10 anos de idade, apresentam enurese diurna e noturna, dificuldades de aprendizado ? principalmente em matemática ?, baixa auto-estima, além de certo grau de infantilização, reforçado pelo hábito de sempre serem rotulados com uma serie de ?inhos?: bonitinho, amiguinho, Fabinho, Adrianinha.
Outro item levado em conta no estudo foi a classe social em que as crianças analisadas viviam. Todas são oriundas de famílias pobres e, portanto, mais expostas a riscos de infecções e desnutrição.
De acordo com o orientador da pesquisa, José Augusto Taddei, a grande novidade deste livro é que traz informações úteis a todos os profissionais que trabalham diretamente com crianças. ?O estudo indica que as crianças baixinhas, levados em consideração todos os outros indicadores da possibilidade de baixa estatura, têm problemas psicológicos?, conclui o chefe da disciplina de Nutrição e Metabolismo da Unifesp.
