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Nos últimos anos, o consumo de refrigerantes no Brasil vem obtendo uma significativa expansão. Segundo levantamentos do setor, o consumo saltou de 10 bilhões de litros em 2000 para cerca de 13 bilhões no ano passado. Com efeito, no mundo, essas bebidas estão em segundo lugar entre as mais consumidas, perdendo apenas para a água. E não é só na quantidade que o refrigerante perde. Na qualidade, nos nutrientes e nos benefícios para a saúde, também. O consumo exagerado de refrigerantes pode aumentar o risco de doenças como a obesidade, diabetes e gastrite, entre outras, adverte a nutricionista Lili Purim Niehuer, professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Pesquisas revelam que as pessoas que ingerem grandes quantidades de refrigerantes estão mais sujeitas ao excesso de peso e às graves conseqüências da obesidade, principalmente as crianças e adolescentes, faixas etárias em que os níveis de obesidade deram um expressivo salto nos últimos anos. Várias razões são apontadas para esse elevado consumo, entre elas, a publicidade sofisticada e onipresente, sobretudo dirigida aos mais jovens, e a facilidade de encontrar pontos-de-venda dos produtos, incluindo máquinas automáticas que funcionam 24 horas por dia. Outra constatação é de que os recipientes aumentaram seus tamanhos, propiciando um consumo maior. "Na comparação com outras bebidas, o preço dos recipientes maiores se torna barato, fato que induz ao consumo de grandes quantidades da bebida", constata Lili.

Na composição dos refrigerantes se incluem conservantes, acidulantes, antioxidantes, corantes, estabilizantes, umectantes e aromatizantes. Substâncias que, segundo a nutricionista, não são saudáveis se ingeridas em excesso. Outra preocupação dos especialistas é que esse consumo excessivo tem deixado em segundo plano bebidas saudáveis como a água, sucos naturais, água de coco e leite. Beber refrigerantes com freqüência só faz aumentar o consumo de calorias inúteis. "Em média, um litro de refrigerante contém cerca de 400 calorias, que poderiam ser obtidas por meio de alimentos bem mais saudáveis", diz a nutricionista.

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Outros malefícios

Segundo Lili Niehuer, alguns pais tentam fazer com que seus filhos diminuam o consumo de refrigerantes, liberando a bebida nos finais de semana. "Com isso, eles podem estar obtendo um efeito contrário", diz a nutricionista. Como existe um conceito de que quase todas as coisas boas da vida são reservadas ao final de semana, as crianças tendem a associar o consumo do refrigerante a esses bons momentos e não querem nem saber de ingerir água pura ? sem cor e sem gosto.

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Os malefícios do consumo exagerado de refrigerantes, comprovados por especialistas, não param por aí. Por ser gaseificados e de lenta absorção pelo organismo, eles podem causar desconfortos intestinais e não são recomendados para a hidratação. Além disso, de acordo com a nutricionista, a bebida pode agravar quadros de gastrite e flatulência (gases). Sem contar que é responsável por uma maior incidência de cáries, dependendo da sensibilidade e predisposição de cada indivíduo e de erosão dental, processo caracterizado pela perda do tecido duro da superfície dos dentes.