À medida que surgem avanços nos campos da ciência e da medicina, segue-se um aumento na expectativa de vida. No Brasil, indivíduos com 60 anos ou mais representavam 7,3% em 1991 (IBGE). Estima-se que em 2025 essa proporção será de 14%. Este panorama traz à tona a discussão a respeito da ocorrência de traumas nessa faixa etária.

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Fatores como osteoporose, perda de reflexos e de força muscular, entre outros, colocam os idosos em um grupo de alto risco, podendo sofrer lesões graves de crânio, tronco, membros, fraturas, incapacidade e, até, morte. Até 60% das pessoas com idade superior a 65 anos sofrem pelo menos um episódio de queda ao ano. A maioria das quedas ocorre entre idosos do sexo feminino (66%), com idade média de 76 anos, no seu próprio lar (66%). Fraturas ocorrem em 64% dos casos. O risco de quedas acomete tanto as pessoas inativas como as mais ativas, possivelmente pela fragilidade das primeiras e pelo grau de exposição ao risco das demais.

Pessoas próximas a idosos que já sofreram alguma queda observaram maior dificuldade e dependência para realização de atividades diárias, como andar, deitar-se, levantar-se, tomar banho, fazer compras, usar transporte coletivo e subir degraus. Na maioria dos casos apresenta confusão mental, pneumonia e úlcera de decúbito, bem como complicações vasculares.

Gostaria de esclarecer que a queda é um evento real na vida de qualquer pessoa, em qualquer idade, podendo trazer consequências, às vezes, irreparáveis. Todos os aspectos devem ser considerados na condução dos tratamentos realizados pelos profissionais de saúde de forma que se possa oferecer alívio quando necessário, retorno à condição prévia ao trauma quando possível, além da melhora do rendimento global após o tratamento e prevenção, sempre.

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Dr. Ricardo Augustus Barone é médico especialista em Ortopedia e Traumatologia, formado pela Escola Paulista de Medicina. Faz parte do Corpo Clínico do Hospital Nove de Julho, de São Paulo.