Alguns homens não apresentam o mais leve sintoma. Outros sofrem com a ansiedade e a insegurança. No entanto, para a maioria dos que passam dos 45 anos de idade, a andropausa é um fantasma que continua assustando, principalmente, pelo pânico de perder a virilidade. Sinônimo de virilidade, a testosterona é uma substância presente em quase todo o organismo. Segundo o andrologista Lídio Jair Ribas Centa, a partir dessa idade, os níveis de testosterona no organismo vão diminuindo normalmente, e, dependendo de vários fatores, como hereditariedade e condições de vida, essa redução pode se acentuar provocando diversos tipos de reações.
Muito se sabe sobre a menopausa, momento da parada da menstruação que ocorre devido à diminuição do funcionamento do ovário. No entanto, a andropausa, versão masculina da menopausa, não é conhecida por grande parte da população. Segundo o Jornal Brasileiro de Medicina, a falta de informação ocorre, pois somente 20% dos homens com idade entre 60 e 70 anos, período de pico da andropausa, apresentam sintomas, enquanto as mulheres não escapam dos desconfortos comuns ao início da menopausa.
Sem idade para aparecer
No homem, o papel mais conhecido da testosterona é o de garantir as características próprias do sexo masculino, como pêlos no rosto, voz grossa e potência sexual, mas esses hormônios também têm vital importância no desempenho de outros órgãos como cérebro, ossos, músculos e rins, entre outros. Muitas vezes associada a fenômenos físicos, a falta do hormônio pode também trazer problemas psicológicos, entre eles a depressão. Não existe uma data certa para eclodir a andropausa, mas a partir dos 45 anos ela é mais acentuada. Há certos fatores que tornam o seu aparecimento mais precoce: tabagismo, alcoolismo e maus hábitos alimentares. Não existe um tratamento específico, mas há maneira de compensar a falta de testosterona. Neste particular, a terapêutica hormonal de substituição ou os suplementos hormonais podem desempenhar um papel importante.
Lídio Centa explica que existem vários métodos de reposição hormonal, todos com grande eficiência. Entre eles, os adesivos colados à pele, as ampolas injetáveis, comprimidos orais e a aplicação de cremes tipo gel. ?Cada método tem a sua vantagem e o médico deve escolher aquele que mais comodidade traz ao paciente?, analisa. O especialista confirma que quase cem por cento dos homens que passa pela RH consegue recuperar a taxa normal de testosterona. O obstáculo para alguns, conforme o médico, é apenas a idade em que se inicia o tratamento.
Reposição hormonal também é coisa de homem
Definitivamente, a Terapia Hormonal (TH) chegou aos homens. Se antes apenas um paciente em cada grupo de 100 aderia ao tratamento, hoje, esse número cresceu para 15. Os homens só procuravam a TH para casos bem específicos, como doenças nos testículos ou para algum tipo de tumor. O grande vilão para essa corrida ao tratamento é a taxa de testosterona. Quando ela despenca, eles ficam desanimados, com o raciocínio lento e a libido lá em baixo.
"Os sintomas da andropausa não podem ser apenas atribuídos à deficiência de testosterona, mas também a uma série de fatores não-hormonais", explica o urologista Fernando Lorenzini, advertindo que a reposição hormonal nunca deve ser feita de forma indiscriminada, sem o paciente, antes, passar por uma avaliação clínica detalhada e especializada.
É bom frisar que, assim como na TH feminina, nem tudo é maravilha no mundo dos hormônios. Há riscos e, sem acompanhamento médico minucioso, eles podem se tornar bem graves. Segundo o urologista, o mais temido é o câncer de próstata. Por isso, ele não aconselha a reposição para pacientes com histórico familiar de câncer de próstata e, também, para os que sofrem de doenças cardiovasculares ou hepáticas. Alguns efeitos colaterais podem advir da TH, entre eles, o aumento significativo dos mamilos, a apnéia do sono e a elevação dos índices de colesterol ruim, entre outros.
ALTERAÇÕES HORMONAIS NA ANDROPAUSA
* Cansaço físico e mental.
* Alterações de memória e capacidade de concentração.
* Falta de motivação e disposição para a realização de exercícios físicos.
* Insônia, irritabilidade.
* Aumento de peso e perda de massa muscular.
* Osteoporose.
* Dificuldades para conseguir ter ou manter a ereção.
* Perda de interesse por fazer sexo.