Quais cuidados devo ter com a alimentação na gestação? A má nutrição materna pode levar ao déficit no desenvolvimento do bebê. É muito comum pensarmos que a gestante deve comer por dois, afinal tem um ser se desenvolvendo e crescendo dentro do seu corpo. Mas não é bem assim. A gestante deve se alimentar bem sim, mas com qualidade e sem exagerar na quantidade.
É muito difícil de estimar a quantidade de calorias que uma gestante deve ingerir por dia, isso depende muito do peso que ela apresentava quando engravidou. Isso vale também na hora de estimar quantos quilos essa mulher deve ou pode engordar durante toda a gestação.
Mulheres que engravidaram abaixo do peso devem ganhar até 16kg. Mulheres que engravidaram dentro do peso desejado para sua idade e altura, devem engordar até 11kg. Já mulheres que engravidaram acima do peso, devem engordar entre 7kg e 11kg. O ganho de peso no 1o trimestre é de 1,5kg. Já nos 2o e 3o trimestres é de 400g por semana.
A má nutrição materna pode levar a um déficit do desenvolvimento do bebê, além de parto prematuro. Já o excesso de peso da gestante pode levar à diabetes gestacional, pressão alta, dificuldades no parto, defeito do tubo neural do bebê, além de baixo índice de Apgar (nota dada ao bebê no nascimento, quanto a sinais vitais).
A alimentação da gestante deve ser fracionada em 5 a 6 refeições por dia (de 3 em 3 horas). Isso evita picos de hipoglicemia, minimiza o enjôo e a azia, além de facilitar a digestão, que na gestante é dificultada.
É muito comum que a gestante sinta enjôos no início da gestação devido a flutuações hormonais. A progesterona e a prolactina, hormônios aumentados na gravidez, causam lentidão no esvaziamento gástrico, o que leva ao enjôo, refluxo e azia. A gestante também sente “desejos” por alguns alimentos, causados também pela transformação hormonal.
O intestino da gestante também fica mais “preguiçoso” devido os hormônios e ao peso que o útero faz sobre o intestino. Por isso a grávida deve ingerir bastante líquido, além de fibras, que também auxiliam a manter a glicemia da gestante.
Segue uma lista dos nutrientes mais importantes para a gestante:
– Proteínas: Para garantir o crescimento e desenvolvimento do bebê e da formação da placenta, líquido amniótico, aumento do útero. Além disso, as proteínas são ricas em ferro, Vitaminas do complexo B e fósforo. Onde são encontradas: carne, clara do ovo, peixe, frango, leguminosas.
– Cálcio: Responsável pela formação dos ossos e dentes do bebê, além de reposição do cálcio materno. Previne o aparecimento de pressão alta no final da gestação. Onde é encontrado: leite e derivados, vegetais verde-escuros.
– Ferro: Previne a anemia. Garante a distribuição de oxigênio para o feto e a mãe. Onde é encontrado: gema do ovo, carne, frango, peixe, beterraba, agrião
– Fósforo e Vitamina D: Ajudam no uso do cálcio para a formação de ossos e dentes e fortalecimento dos mesmos. Onde são encontrados: proteínas e o sol.
– Ácido fólico: Sua deficiência pode provocar má formação do Sistema Nervoso do bebê (principalmente no 1o trimestre de gestação). Encontrado em: espinafre, brócolis, feijão, frutas cítricas, pão integral.
– Vitamina C: Aumenta a absorção do ferro. Aumenta a imunidade contra infecções respiratórias. Onde é encontrada: frutas cítricas.
– Magnésio: Relaxa a musculatura do útero e das artérias uterinas, evitando contrações fora de hora e pressão alta. Encontrado nas proteínas.
– Cobre: Ajuda a evitar a anemia, além de ser responsável pela formação de elementos importantes do sistema neurológico do bebê. Encontrado no chocolate (cacau).
– Complexo B: Atua no crescimento do cérebro e desenvolvimento do sistema neurológico. Encontrado nas proteínas.
– Zinco: Aumenta a defesa do corpo contra micróbios.
– Ômega-3: Desenvolve a visão (formação da retina), regula a pressão e ajuda a evitar a depressão pós-parto. Onde é encontrado: salmão, peixes de água fria.