Um acessório que está na moda acaba de ter a publicidade proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. A pulseira pode ser vista enfeitando os braços de inúmeras celebridades e atletas em todo o mundo.

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Os benefícios de “resistência, equilíbrio, flexibilidade e força” para quem faz uso do acessório não poderão mais ser usados como argumentos para venda do produto, pois não têm eficácia comprovada. De acordo com um pronunciamento da Anvisa, a pulseira não foi proibida de ser comercializada, apenas sua propaganda foi suspensa.

No site da Power Balance, a marca mais conhecida que comercializa o produto, a pulseira é descrita como possuindo um “holograma que contém frequências que reagem positivamente com o campo magnético de seu corpo para amplificar a comunicação de cada célula. Quando as células se comunicam melhor, o corpo trabalha melhor, aprimorando o equilíbrio, força, flexibilidade e circulação sanguínea”. 
Mas o que seria um holograma e o que isso tem a ver com o seu corpo? Holograma é a representação de um objeto que reproduz uma imagem em formato tridimensional.

No caso da pulseira, é um símbolo que fica no centro do bracelete. No entanto, de acordo com o físico da Unesp, Pablo Venegas, a propaganda da pulseira não tem embasamento científico nenhum. Ele diz: “hologramas não interagem com nosso corpo e não têm nada a ver com emissão de frequências e o campo magnético não tem relação com aumento da força da pessoa”.
De acordo com o fisiologista do esporte da Unifesp, Raul Santo, essas promessas não possuem relação com o campo magnético. “A força tem a ver com características genéticas e o treinamento físico, bem como a flexibilidade. Já o equilíbrio é regulado pelo sistema nervoso central, assim como a circulação sanguínea. Conseguir esses pontos depende do estado geral de saúde da pessoa e de seu estilo de vida. Não há receita milagrosa”, define o médico.

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O que pode estar acontecendo em muitos dos usuários da pulseira que acreditam na sua eficácia é um efeito psicológico. “A crença que algo vai fazer bem pode aumentar as chances de sentir os possíveis benefícios”, diz Raul.
Fique ligado

O consumidor que quiser se prevenir contra esse tipo de publicidade enganosa deve observar alguns sinais, comuns nesses produtos que prometem milagres. Fraudes como essa, muitas vezes, mantém o nome do produto em uma língua estrangeira para impressionar e conquistar aqueles que não sabem o que significa. Muitos também exploram conceitos relacionados ao “natural” e à saúde, usando termos científicos e ressaltando que o produto foi criado por renomados cientistas.

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Um estudo publicado na revista British Medical Journal concluiu que terapias a acessórios que utilizam ímãs para curar problemas que vão desde dores nas costas até câncer não têm efeitos comprovados. O apelo é comercial. De acordo com os pesquisadores, a venda de palmilhas, braceletes, pulseiras e tornozeleiras magnéticas movimenta mais de US$ 1 bilhão por ano em todo mundo.