Muitas doenças, umas mais outras nem tanto, sofrem, comprovadamente, alguma influência da emoção.

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É comum os médicos explicarem que as pessoas podem somatizar momentos angustiantes ou de grande tensão das mais diferentes formas.

Um exemplo vivido por estudantes nos dias que antecedem às provas do vestibular é o aparecimento das incômodas acnes. Outras doenças da pele que têm muito a ver com os aspectos emocionais são as dermatites, verrugas, manchas, vitiligo e psoríase, entre outras.

Dentre elas, uma das que causam maior preconceito é a psoráise. Caracterizada por lesões ou placas na pele, a doença tem fundo genético e, por enquanto, não tem cura, chegando a afetar perto de 30% dos pacientes com algum tipo de doença de pele.

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O dermatologista Caio César de Castro alerta, no entanto, que ela pode e deve ser controlada. “A psoríase é identificada por meio de um diagnóstico clínico e o seu tratamento varia conforme o tipo, a extensão e as condições gerais de saúde da pessoa”, explica.

De acordo com o médico, as placas vermelhas (crostas) podem ir se descamando no decorrer da crise. Geralmente, são simétricas, acometendo mais comumente superfícies de extensão, como cotovelos ou joelhos, mas também podem aparecer em outros locais, como o couro cabeludo e a região lombar.

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Os sintomas da doença podem ser desencadeados por fatores externos, como queimaduras provocadas pelo sol, alterações climáticas, distúrbios metabólicos e endócrinos, distúrbios emocionais, pelo uso de drogas ou por infecções por bactérias, entre outras causas.

Confundida com alergias

Caio Castro salienta que a pessoa pode ter surtos, que são as crises da doença, seguidos pelos períodos de estagnação, na qual a doença continua presente, mas não agride a pele. Na sua forma mais comum, chamada de vulgar, é mais fácil de tratar e acomete cerca de 90% dos pacientes que têm a doença.

Manchas e placas avermelhadas na pele com escamas brancas podem ser sintomas da dessa doença inflamatória crônica que, além de acometer a pele, pode afetar articulações. Muitas vezes confundida com alergias.

“A psoríase pode provocar grande impacto na qualidade de vida dos pacientes, afastando-os do trabalho, da escola e de atividades sociais”, comenta o dermatologista Ricardo Romiti, coordenador do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

No Brasil, há cerca de 5 milhões de pacientes com a doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que de 1% a 3% de pessoas sofram da doença no mundo.

O problema acomete pessoas geneticamente predispostas e pode ser desencadeada por diferentes fatores tais como: traumas e irritações na pele, quadros infecciosos, estresse e uso de alguns medicamentos, entre outros. “É importante lembrar que a psoríase não é contagiosa”, diz Romiti, reforçando também que, apesar de não existir cura, é possível controlá-la.

Agentes biológicos

Entre as opções de tratamento para os casos mais leves estão os cremes ou as pomadas de uso tópico, geralmente à base de corticóides, derivados de vitamina D, ácido salicílico e alcatrão.

Os medicamentos orais, como imunossupressores e retinóides, costumam ser utilizados em casos mais graves. Um medicamento originalmente usado para o tratamento de doenças reumatológicas começa a ser usado para amenizar os sintomas da psoríase. A indicação do etanercepte representa uma importante abordagem terapêutica.

“Os ensaios clínicos com os agentes biológicos indicam uma evidente melhora do quadro clínico da psoríase, representando um ganho na qualidade de vida dos pacientes, potencialmente com menos efeitos colaterais ou com efeitos mais facilmente contornáveis”, reconhece o dermatologista Artur Duarte.

Geralmente, não há dificuldades no diagnóstico, que é feito durante consulta com o dermatologista. Segundo Romiti, caso haja dúvidas, pode-se realizar uma biopsia com exame histopatol&,oacute;gico para confirmar o diagnóstico.

A psoríase tende a acometer igualmente ambos os sexos. A idade de início e os sinais e sintomas da psoríase são praticamente os mesmos entre homens e mulheres. Porém, nas mulheres, as alterações hormonais podem impactar na pele – e também na psoríase – especialmente no período pré-menstrual.

Diferentes tipos de psoríase

* Vulgar – Lesões avermelhadas e descamativas acometendo principalmente os joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Elas possuem tamanhos variados e são bem delimitadas, tendendo a ter distribuição simétrica pelo corpo.
* Invertida – Lesões acometendo as dobras da pele, como região axilar, sub-mamária e virilha, nas quais as escamas são mínimas ou mesmo ausentes.
* Gutata – Pequenas lesões em forma de gotas, que pode aparecer de forma abrupta no tronco, braços e coxas. Relacionadas aos processos infecciosos, principalmente de garganta, são mais frequentes em crianças e jovens.
* Eritrodérmica – As lesões de psoríase acometem mais de 90% de todo o corpo.
* Ungueal – Caracterizada por depressões, espessamento e/ou manchas amareladas nas unhas das mãos e pés.
* Pustulosa – Provoca lesões com pus localizadas nas palmas e plantas, ou na forma generalizada, acometendo todo o tegumento. Neste caso pode estar associada a episódios de febre e queda do estado geral.
* Palmo-plantar – Causa fissuras, espessamento e inflamação das palmas e plantas.
* Artrite psoriásica – Acomete as articulações. Começa com inflamação local, dor e, nos casos severos, deformidades das articulações dos membros ou coluna vertebral. A artropatia pode acompanhar a psoríase, ocorrer anteriormente ou mesmo posteriormente ao quadro cutâneo.

Desencadeamento

Alguns distúrbios podem desencadear ou aumentar um surto prévio da psoríase em pessoas que têm uma predisposição à doença.

* Hereditariedade
* Estresse
* Agressões cutâneas
* Infecções
* Uso de alguns tipos de medicamentos
* Clima
* Fatores hormonais