Proteção radiológica não pode ser esquecida

O uso das radiações ionizantes em exames radiológicos representa um grande avanço na medicina e se torna cada vez mais rotineiro. Por conseqüência, os cuidados com as práticas que dão origem a exposições radiológicas na saúde tendem a ser tornar menos efetivos, ou seja, existe uma grande probabilidade de que os exames sejam efetuados sem as devidas condições de proteção, tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde envolvidos. Esta é a conclusão de um levantamento anual realizado por alunos do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia (CSTR) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Os critérios de proteção radiológica a serem adotados em serviços que utilizam as radiações ionizantes são definidos pelo Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A adoção desses critérios, além de atender a uma determinação legal, é um requisito básico de proteção para qualquer tipo de exame radiológico. ?Quando se reduz ao mínimo necessário a exposição, as vantagens do uso das radiações no diagnóstico superam as eventuais desvantagens proporcionadas pela irradiação dos tecidos do paciente?, diz Rosangela Requi Jakubiak, mestre em Engenharia Biomédica da UTFPR. Especialistas em radiologia confirmam que, quando são tomados os devidos cuidados de proteção, a maioria dos exames é segura.

Princípios básicos de proteção

Segundo Rosangela, as normas de radioproteção seguem princípios básicos que devem ser adotados em todas as clínicas; entre eles, o mais importante talvez seja a justificativa para tal exame. ?Nenhuma ação envolvendo exposição à radiação deve ser adotada a menos que produza benefícios que compensem os danos dela decorrentes?, reitera. Outro princípio, conhecido no meio por otimização, exige que a quantidade das doses individuais, o número de pessoas expostas, e a probabilidade de ocorrer exposições indevidas, devam ser mantidas tão baixas quanto possível.

As situações encontradas demonstram o quanto a área de radiações ionizantes está carente de atitudes que minimizem os problemas que envolvem a proteção radiológica. Para atender tal demanda, no entender da especialista, bastaria o cumprimento da regulamentação vigente, que contempla, além do adequado uso de equipamentos de proteção, outras ações como a implantação de programas de qualidade total, o treinamento periódico e atualização de todo o pessoal de apoio, além de um maior rigor na liberação de equipamentos para médicos não especialistas.

Para Rosangela Jakubiak, quando todos esses aspectos forem observados, cumpridos ou fiscalizados, haverá um ganho potencial para pacientes, acompanhantes e corpo clínico. ?Além de minimizar a exposição desnecessária à radiação, essas ações resultarão em uma melhor qualidade dos serviços prestados, além da redução nos custos dos procedimentos radiológicos?, complementa.

Algumas falhas que podem ser evitadas

* Falta de equipamentos de proteção individual em acompanhantes de exames.

* Não-utilização de protetores em crianças ou mulheres em idade fértil.

* Posicionamento do técnico ao lado do paciente nos exames.

* Exames com portas abertas.

* Falta de sinalização ou de placas de advertência nos locais de exame.

* Médicos de outras áreas que possuem equipamentos de raios-X realizando exames em excesso.

* Exposição de corpo inteiro de bebês, sem necessidade.

* Uso dos equipamentos de raios-X por parte de pessoas não habilitadas e sem a supervisão adequada.

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