Com o objetivo de ajudar a melhorar as condições de igualdade e inserção social da mulher, promover a saúde da gestante, ajudando na redução da mortalidade infantil, que milhares de pessoas trabalham, voluntariamente, no Paraná.
De todas elas, três foram destaques do Prêmio Voluntariado Transformador 2009, promovido pelo Centro de Ação Voluntária de Curitiba (CAV). A premiação reconhece voluntários cuja atuação faz a diferença na promoção e no comprometimento da transformação social.
Entre as voluntárias premiadas, está Alice Marico Sugita que começou seu projeto em 2004, no abrigo para mães adolescentes em situação de gravidez precoce, violência doméstica e maus tratos, oferecendo cuidado e orientações às mães e às crianças.
Com o tempo, o período ocioso do contraturno escolar foi sendo ocupado por aulas de tricô, informática, artesanato, pintura em tecido, manicure, curso de panificação, entre outros.
“Conquistar um voluntário, para mim, significa convencer alguém que, com suas habilidades, irá contribuir para a transformação de uma comunidade e, consequentemente, construir um mundo melhor para todos nós. É convencer alguém de que dar é muito melhor que receber”, afirma Alice, que atua no grupo Associação Beneficente Encontro com Deus.
Clarice Santana: do acompanhamento médico até o enxoval. |
Outra voluntária distinguida, Clarice Bonfim Santana, se destaca nos cuidados e bem-estar de quem acabou de nascer ou ainda está por vir. Ela trabalha desde 1995 na Pastoral da Criança de Nova Esperança, e observava que as gestantes da cidade não tinham o suporte adequado: faltava desde acompanhamento médico até o enxoval.
Surgiu então a ideia de criar um grupo de gestantes carentes que receberiam orientações necessárias para ter uma gestação e um período de amamentação saudável e ajuda para confeccionar o enxoval do bebê.
Quebrando o silêncio
À direita, Sandra Terena, autora de um documentário sobre mães indígenas. |
Já o projeto de Sandra Terena ganhou destaque internacional. A jornalista de origem indígena fez um documentário sobre o sacrifício de crianças filhas de mães solteiras, gêmeos ou portadores de necessidades especiais em várias aldeias do Brasil. Apesar de a prática ser considerada cultural e defendida por muitos antropólogos, a maioria das famílias indígenas a vê com pesar e tristeza.
“A conclusão que cheguei é que, a partir do momento que o índio se manifesta a favor da vida e quer salvar o seu filho, é obrigação do governo e da sociedade prover meios para que ele possa fazê-lo”, opina a voluntária.
Por pensar dessa maneira, surgiu a ideia de expor o problema com o documentário Quebrando o silêncio, com depoimentos de lideranças indígenas de diversas tribos, principalmente do Xingu, onde o filme foi lançado em meio a emoção das mães que salvaram seus filhos.
“Sou uma prova que o índio pode estudar e usar a sua formação em prol do seu povo, também sei que passarão dificuldades, como eu passei, mas tenho certeza de que poderão vencer como eu venci”, enfatiza, argumentando que, quando uma criança é salva da morte, ali pode estar um futuro médico ou enfermeiro ,para a aldeia.
Indicadores destacam o voluntariado
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que a mortalidade infantil no país diminuiu
30% na última década. Neste período, foram evitadas 205 mil mortes de bebês com menos de um ano de vida. Para se ter uma ideia, em 1970, a taxa de mortalidade era de 100 a cada mil nascidos vivos. Em 2008, o índice baixou para 23,3 óbitos.