Portador de HIV enfrenta dificuldades para se tratar

O operador de máquinas Ademar Marcondes Martins, de 54 anos, apresentou denúncia de descaso do sistema de saúde da Prefeitura de Curitiba com os portadores do vírus HIV, justamente na semana de luta contra a aids em todo o mundo. Ele soube que estava com o vírus no último dia 17 de novembro e depende exclusivamente do SUS para realizar seu tratamento.

O operador conta que, assim que recebeu o resultado positivo de seu teste de HIV, foi orientado a procurar um posto de saúde municipal. Marcos procurou o posto Ouvidor Pardinho e soube que, primeiro teria que passar por uma consulta com um clínico geral, e a próxima vaga seria em trinta dias.

“Fiz um escândalo no posto de saúde. Disse que estava com uma doença grave e que não poderia levar um mês para ser atendido. Ameacei levar o caso até a imprensa e acabei conseguindo falar com a chefia do posto de saúde. Minha consulta com o clínico geral acabou sendo marcada para o mesmo dia”, revela.

Após a conversa com o clínico, Ademar foi orientado a se consultar com um infectologista. O operador de máquinas novamente ouviu que não haviam vagas para a próxima consulta e que os médicos infectologistas estavam com suas agendas lotadas. “Fui informado que só conseguiria consulta dentro de seis ou oito meses. Me colocaram numa fila de espera e me pediram para aguardar o contato de um agente comunitário de saúde que iria agendar a consulta quando houvesse vaga”, lembra.

Ademar não sabe em que estágio está o seu problema, se é apenas um portador do vírus HIV ou se seu organismo já está começando a desenvolver a doença. “Aids é uma doença grave e acho que não posso esperar de seis a oito meses para fazer uma consulta. Talvez, se eu não começar a tomar medicamentos imediatamente, já tenha até morrido dentro deste período de tempo”, diz.

Secretaria da Saúde

A Secretaria Municipal da Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que Ademar foi atendido no posto Ouvidor Pardinho no último dia 28 e que no mesmo dia foi encaminhado para infectologia, que é uma especialidade “que não tem demanda reprimida”, isto é, fila de espera. Segundo a Secretaria, Ademar deve ser atendido pelo infectologista dentro do período máximo de quinze dias, sendo que existem 76 pacientes em sua frente. A assessoria diz não saber quem informou ao operador de máquinas que a consulta só seria efetuada dentro de seis ou oito meses.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo