Quem encontra João Paulo Taborda Oliveira sempre se depara com um jovem alegre, de bem com a vida. Aos 26 anos, o administrador de empresas e eletrotécnico tem nos estudos um de seus ?passatempos? prediletos. Atualmente, cursa contabilidade e presta consultoria, mas é no esporte que ele chega mais perto dos seus limites.
Portador de distrofia muscular generalizada, uma doença degenerativa que enfraquece as extremidades do corpo, João Paulo encontrou na escalada o esporte ideal para combater o problema e superar desafios. ?Eu nunca tinha tentado escalar. Tinha medo e vergonha, apesar do incentivo dos amigos?, lembra.
Mas ele nunca desistiu do sonho. Até que num dia, quando pedalava pela cidade, passou pela frente de uma academia especializada. Decidiu entrar e conhecer o espaço. Os instrutores que o receberam fizeram um convite tentador: ?que tal escalar??. A princípio, agradeceu, mas negou o convite, explicando o problema de saúde que possui. Devido à insistência dos professores, resolveu tentar. E conseguiu. ?Era um trajeto fácil, mas o importante foi superar a barreira interna. Saí da academia emocionado?, confessa.
A partir daí, João não parou mais de subir pelas paredes. Está treinando há dois meses e evoluiu muito, escalando até algumas paredes com inclinação. ?Para mim, o esporte sempre foi importante. Praticava ioga, que me deu o bem-estar e o equilíbrio necessários para assimilar as técnicas de escalada que estou recebendo agora?, avalia.
Perguntado se já superou todos os desafios, ele é enfático: ?de maneira alguma. Meu objetivo é desenvolver e fortalecer ainda mais os dedos para tentar novos trajetos. E o mais bacana é que os professores compraram a briga. Cobram minha assiduidade nos treinamentos e me ajudam a superar os limites. Mais do que isso, se tornaram meus amigos e me ajudaram a atingir um sonho. Não fossem eles, jamais tornaria-se realidade?, finaliza.
