Estudo brasileiro recente feito pelo pesquisador Marcelo Moreno dos Reis afirma que a poluição do ar, mesmo a que não ultrapassa os limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), influencia no aumento de casos de bebês que nascem com baixo peso e também com o maior número de prematuros.
O pesquisador, que defendeu essa pesquisa em seu doutorado pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), analisou todos os bebês nascidos vivos na cidade de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2006, comparando os dados com as medições diárias que foram feitas em vários pontos da cidade para determinar a qualidade do ar.
Os dados dos bebês foram coletados pelo Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde, e os dados da qualidade do ar foram coletados nas estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar ligadas ao Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea).
Foram analisados 13.600 nascimentos comparados à exposição da mãe à poluição nas 36 semanas anteriores ao parto. Nesse período, foram encontrados 9,1% dos casos de nascimento com baixo peso e 7,4% com bebês prematuros.
De acordo com o pesquisador, o baixo peso ao nascer esteve relacionado à exposição materna ao ozônio (O3) e partículas inaláveis (PM10) durante o segundo e o terceiro semestre de gravidez. Já o nascimento prematuro esteve relacionado à exposição ao dióxido de enxofre (SO2) durante os três trimestres.
Infertilidade masculina
Outro estudo feito pela Unidade de Toxicologia Reprodutiva e de Andrologia do Hospital das Clinicas da FMUSP afirma que a poluição pode causar infertilidade masculina.
Segundo o responsável pela pesquisa, Jorge Hallak, o grande problema está no combustível que os automóveis brasileiros usam, por conta da quantidade de metais pesados presentes na gasolina nacional, que afeta diretamente o organismo.