A principal dificuldade no combate à infestação por piolhos, uma preocupação constante de mães que têm filhos em idade escolar, está no controle dos surtos da doença. Assim afirma a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e dermatologista do Hospital de Clínicas (HC), Fabiane Mulinari Brenner, que considera importante o tratamento de todas as crianças que convivem num mesmo grupo em que houve casos de infestação. ?O tratamento é fácil. É melhor evitar que possa acontecer novos focos?, afirma.
A pediculose, como também é conhecida a doença, está relacionada à falta de higiene e ocorre nos diversos grupos sociais. Segundo Fabiane, a infestação é mais comum em crianças entre sete e 14 anos e tem maior incidência nos grupos em que os cuidados com higiene são menores. ?É muito comum que crianças que estão começando a tomar banho sozinho e que não lavam seus cabelos direito peguem piolho?. Fabiane diz também que as meninas são as mais atingidas, por causa do tamanho do cabelo e por compartilharem utensílios como escovas, fivelas e pentes.
A doença é muitas vezes detectada de maneira casual. O pediatra do HC Flávio Alcântara Salles diz que é muito comum as mães trazerem seus filhos para serem atendidos por causa de doenças como gripes ou resfriados e verificar que eles estão com pediculose. ?O problema é freqüente. Eu atendo mais de 50 crianças por mês que estão com infestação por piolhos?.
Na Escola Municipal Professor Herley Mehl, no Pilarzinho, os problemas com pediculose são mais freqüentes em maio e junho, quando começa a esfriar. Segundo o diretor da instituição, Roldão Bonfim de Alcântara, isso acontece porque os cuidados com banhos e higiene diminuem. ?É um problema comum entre a pré-escola e a terceira série. Depois disso fica mais raro?, afirma ele.
O diretor diz que os pais das crianças são informados da situação. ?Recomendamos que as crianças sejam encaminhadas ao posto de saúde que funciona próximo à escola, porque eles atendem e medicam de graça?.
Embora seja facilmente tratável, algumas vezes pode acontecer que ao coçar a cabeça, as crianças causem feridas no couro cabeludo e venham a contrair infecções bacterianas, precisando inclusive tomar antibióticos. Fabiane afirma que em certos casos pode ocorrer a ?plica polônica? – uma massa dura de cabelo, lêndeas, piolhos e secreção no couro cabeludo.
