Pesquisa aponta perfil de jovens de 14 a 18 anos que se drogam

Para traçar o perfil de jovens na faixa etária de 14 a 18 anos que buscam as drogas, a pedagoga Inês Goedert Xavier Andrzejewski entrevistou 90 adolescentes que buscaram auxílio no grupo Amor Exigente, de Curitiba. Ela é integrante da equipe técnica do Conselho Estadual de Entorpecentes (Conen), vinculado à Secretaria da Segurança, Justiça e Cidadania do Paraná, e contou com a colaboração da psicóloga Clarice Mieko Matsubara.

Os jovens reconhecem saber os efeitos nocivos das drogas. Tanto que 61% alegam que as influências para a primeira experiência foram por curiosidade (61%) e amizade (39%). Dos pesquisados, 75,8% tiveram reprovação escolar, enquanto 24% relatam nunca ter passado por esta situação. Outro dado: mais de 86% afirmam conhecer, em seu grupo de amizades, pessoas que se drogam. E 66% admitem conhecer os efeitos colaterais pelo uso de tóxicos. Este mesmo percentual confessa ter algum membro da família usuário e/ou em abstinência. Dos 90 adolescentes pesquisados, 67 são do sexo masculino. E 23 do feminino.

Das drogas mais usadas, em primeiro lugar aparece a maconha, seguida de tabaco, álcool, solvente, cocaína e crack.. A maioria confessa já ter enfrentado algum tipo de problema em razão do vício. Em primeiro lugar, com polícia. Depois, com a família, ambiente escolar e trabalho. A grande maioria, entretanto, ainda não passou por internamento para desintoxicação ou libertação das drogas.

Dos 90 jovens pesquisados, 44 estudaram até à quinta e oitava série, enquanto 22 até a sétima e oitava série. Enquanto isto, 26% não completaram o segundo grau. Neste grupo, 64 homens e quatro mulheres passaram por reprovação escolar. Ainda: 24 homens e 10 mulheres já tiveram emprego fixo, ao passo que 42 homens e 14 mulheres, não.

Mais de 56% residem com os pais, com os avós (14%), mais de 26% somente com a mãe e somente 2,2 % com os pais. Pelo menos 61 dos 90 pesquisados argumentam terem bom relacionamento com quem moram, enquanto 29 afirmam o inverso.

Do grupo de 90 entrevistados, 59 tiveram alguém da família que já foi usuário e 31 disseram que não tiveram membros da família com o problema.

Como agir e seqüelas

De acordo com a assistente social Cilmara Tomasoni Schemberg, a pessoa que relata estar usando drogas precisa ser ouvida com atenção, sem atitudes repressivas e nem preconceituosas. Importante que o viciado e seus responsáveis ? especialmente pais ? tenham a consciência de que há muito o que se fazer quando reconhecem o desejo de viver melhor. A procura de um especialista da área é o mais indicado.

Dilermando Brito Filho, conselheiro do Conen/PR, alerta para as seqüelas que cada tipo de droga deixa no organismo. Embora sejam particulares para cada droga, dependendo da quantidade, freqüência de uso e do organismo do usuário, ele, contudo, adverte: podem ocorrer danos nos seguintes órgãos: cérebro, coração, pulmões, fígado, nas partes reprodutivas, rins e demais partes do corpo. (AEN)

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo