A maioria das pessoas utiliza o termo ?pinta? para designar os sinais de cor marrom existentes ao longo do corpo humano e de ?verruga? para aquelas saliências que aparecem na pele e que não têm cor. Segundo o dermatologista Ronaldo Grinstein, há um equívoco em relação a esse costume popular. Ele explica que verruga, por exemplo, é uma doença que pode ter como causa um dos mais de 70 tipos de vírus HPV (Papiloma Vírus Humano). Já as ?pintas marrons? na verdade são chamadas de nevos e têm chances de se tornar cancerígenas se não tomados os devidos cuidados.

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As pessoas de pele clara que se expõem demasiadamente ao sol, além de um histórico de casos de câncer de pele na família, são as mais predispostas ao surgimento dessa doença. Segundo o médico, é essencial o uso de proteção solar, não só contra o envelhecimento, mas também como forma de evitar que esses nevos se transformem em câncer. Ao primeiro sinal, um especialista deve ser procurado e, caso seja constatada a propensão ao desenvolvimento da doença ou propriamente a suspeita de sua malignidade, devem ser retirados imediatamente por meio de intervenção cirúrgica.

Procedimentos simples

O dermatologista adverte que, em geral, toda "pinta" apresenta a possibilidade de transformação em câncer da pele. Felizmente, de acordo com Grinstein, tal transformação se dá apenas em uma minoria dos casos. ?O que não significa que não devemos estar atentos para essa possibilidade?, avisa. Na realidade, uma vez que essas lesões estão visíveis e, geralmente, em local de fácil acesso, isso facilita a sua retirada, quando necessária, evitando problemas maiores para a saúde.

Para extrair essas ?pintas?, o paciente passa por uma cirurgia com anestesia local, com duração de 15 minutos, em média. Conforme Grinstein, um procedimento simples que não deve servir de empecilho para o tratamento. ?Nos casos de suspeita de nevo maligno, uma parte dele é encaminhada para a biópsia?, explica o dermatologista, salientando que, se realmente houver a constatação, um tratamento de combate às células cancerígenas deve começar sem perda de tempo.

PROTEÇÃO CONTRA O SOL É ATITUDE RECENTE

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Em uma retrospectiva histórica, nota-se que até o século XVIII as pessoas não tinham preocupação com o sol, como fator de risco, e sim socio econômico. Envoltos em vestidos longos, luvas, ternos, chapéus e sombrinhas, o medo era de ficar com a pele morena e serem confundidos com os escravos. Então a idéia era se proteger do racismo predominante naquela época e não propriamente dos perigos do sol. A partir do século XX, a mentalidade das pessoas começou a mudar, graças a estudos que ressaltavam a importância do sol para uma vida saudável. Com o avanço científico da dermatologia, constatou-se que o sol era cancerígeno e a população precisava se proteger. Com o advento do filtro solar, que no final da década de 80 não passava do fator 15, as pessoas se conscientizaram sobre os cuidados que deviam ter com a pele contra o envelhecimento precoce e, principalmente, contra o câncer de pele, o primeiro no ranking de cânceres no Brasil.

De maneira geral, devem ser retiradas:

* Todas as "pintas" que sofram modificações (crescimento ou mudança de cor) num curto período de tempo (semanas ou meses).

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* Aquelas que coçam, ardem ou doem.

* Sinais escuros nas plantas dos pés, palmas das mãos, couro cabeludo, dentro da boca ou nas mucosas dos genitais.

* "Pintas" que sangram.