O primeiro sintoma é a proliferação de pequenas bolhas de água entre os dedos do pé. Depois que elas estouram, os calcanhares e os dedos descascam e se não tratado pode trazer problemas mais sérios. Extremamente desagradável e irritante – a tinea pedis, uma doença popularmente conhecida por ?pé-de-atleta? – é uma afecção bastante comum. Apesar de sua incidência se dar, principalmente, no verão, no inverno as pessoas também se queixam deste tipo de micose. A infecção ataca mais homens do que mulheres, em geral adultos.
A incidência do distúrbio é também maior em pessoas obrigadas a usar continuadamente calçados fechados ou que freqüentam piscinas, academias e vestiários públicos. O dermatologista José Carlos Cardoso explica que o ?pé-de-atleta? é transmitido, habitualmente, de pessoa a pessoa, quer por meio de contato direto, do piso ou de objetos contaminados. ?Os fungos causadores da doença têm a capacidade de sobreviver nestes ambientes, sobretudo se houver condições propícias de calor e umidade?, avalia.
Entre os mais comuns fatores de risco, citados pelo especialista, estão o uso de sapatos fechados e de meias sintéticas, uma má higiene dos pés, o hábito de andar descalço em vestiários comuns ou nas piscinas, além do estresse, que ao tornar mais vulnerável o nosso sistema imunológico, aumenta a facilidade da infecção. O ?pé-de-atleta? pode vir acompanhado de micoses de outras partes do corpo, como as unhas dos pés, virilhas e mais raramente em outras partes do corpo. A capacidade de contaminação é grande e por isso, costuma acontecer em ambientes compartilhados por muitas pessoas. Vem, daí, o nome da doença, por causa dos pisos dos chuveiros utilizados por dezenas de atletas, onde ela se propaga.
Prevenção e recorrências
De acordo com José Carlos Cardoso, a manifestação mais comum do distúrbio são as descamações e fissuras, principalmente, nos espaços entre os dedos dos pés e por vezes também por baixo destes. Muitas vezes, esta descamação pode se espalhar para a planta dos pés. Outros sintomas são comichões ou mesmo sensação de ardor ou dor se as fissuras se tornarem maiores. Na maioria dos casos, o aumento da transpiração dos pés é uma queixa freqüente e que pode facilitar o aparecimento das lesões. ?Esse tipo de infecção, por si só, não provoca febre ou outras queixas gerais, assim, se houver a presença desses sintomas um médico deve ser procurado, a fim de se evitar possíveis complicações?, alerta o dermatologista.
O diagnóstico da doença é essencialmente clínico, isto é, feito apenas por observações locais. Em caso de dúvida, o médico pode colher escamas da pele ou outro material para tentativa de identificação do fungo causador da infecção. Os especialistas recomenda que se deve tratar o ?pé-de-atleta? para prevenir possíveis complicações, como por exemplo infecções da pele provocadas por bactérias, que podem penetrar, por exemplo, através das fissuras entre os dedos dos pés.
Geralmente, o tratamento consiste apenas na aplicação de cremes com capacidade para combater fungos (antifúngicos). Nos casos mais graves, pode se associar também o uso de medicamentos por via oral. Conforme, José Carlos Cardoso, uma das maiores dificuldades é a prevenção de recorrências da doença. ?Isto porque os fungos podem sobreviver no solo ou nas roupas, além da possibilidade de transmissão entre pessoas?, observa. A única maneira de se ?blindar? contra a doença é reforçar os cuidados preventivos (ver box).
Maneiras Preventivas
>> Lavar bem os pés e enxugar principalmente no espaço entre os dedos.
>> Procurar um dermatologista caso se verifique algum sintoma de descamação, dor sob as unhas ou aparência de ‘bolor’ nos vãos entre os dedos do pé.
>> Evitar o uso constante de sapatos e tênis fechados e deixar os pés se secarem antes de vestir as meias e calçados.
>> Iniciar o tratamento o mais rápido possível após a constatação da doença, lembrando que uma infecção, se mal cuidada, pode desenvolver outras doenças.
>> Limpar os sapatos por dentro, usando desinfetante diluído ou álcool, deixando-o secar bem antes de calçar.
>> Evitar o uso de meias de fios sintéticos, preferindo as de algodão.
>> Em casa, tirar os sapatos e andar o maior tempo possível descalço.
>> Em espaços públicos, como piscinas, praias e locais úmidos de grande afluência de pessoas, usar chinelos apropriados.