Parar de fumar é difícil, mas não impossível

Comemora-se hoje o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, cerca de 30% da população brasileira adulta fuma. Estima-se que, todo ano, 125 mil pessoas morram devido a doenças relacionadas ao cigarro, o que corresponde a um brasileiro a cada cinco minutos.

No país, acredita-se que, em média, as pessoas experimentem o cigarro pela primeira vez entre os onze e os dezenove anos de idade. Segundo o pneumologista curitibano Jônatas Reich, o contato com o tabaco geralmente se dá por influência de amigos ou mesmo da família. “Muitas vezes, a pessoa começa a fumar por necessidade de auto-afirmação. Quando vê, já está viciada”, afirma.

Uma pesquisa nacional sobre o estilo de vida da população, realizada pelo Ministério da Saúde, revela que 78% dos fumantes brasileiros desejam largar o cigarro. Destes, apenas 7% têm sucesso. Jônatas explica que, depois que a pessoa começa a fumar, o organismo passa a precisar da nicotina, que age no sistema nervoso central. Por isso, um número grande de fumantes tem dificuldades para vencer a dependência.

Quem pára, enfrenta a síndrome de abstinência, cuja duração varia de pessoa para pessoa, dependendo da quantidade de cigarros e do tempo que fuma. Durante este período, o indivíduo fica sujeito a crises de ansiedade, dificuldades de concentração, irritabilidade, insônia e dores de cabeça. “Muitas vezes, não se consegue largar o vício sozinho: a pessoa acaba precisando de ajuda profissional”, afirma o médico.

O cigarro é uma das causas mais importantes de problemas como bronquite crônica, enfisema pulmonar, câncer de pulmão, doenças cardiovasculares e vários tipos de tumores. A Organização Mundial de Saúde calcula que, no ano de 2020, cerca de 10 milhões de pessoas morram, em todo mundo, devido ao tabagismo.

Só a fumaça já faz mal

Cintia Végas

Assim como os fumantes ativos, os fumantes passivos ? pessoas que não fumam e permanecem muito tempo em ambientes fechados onde há presença de fumaça de cigarro ? também estão sujeitos a desenvolverem doenças respiratórias e cardiovasculares. A fumaça eliminada pelos fumantes se espalha rapidamente pelo ar e é rica em alcatrão e nicotina.

Para resolver o problema, integrantes do Programa de Qualidade de Vida do Trabalhador, da Prefeitura de Curitiba, encontraram uma solução considerada bastante criativa. Criaram, há pouco mais de um ano, um “fumódromo”, que nada mais é do que um local, na parte externa da prefeitura, onde os servidores e contribuintes podem fumar à vontade, sem incomodar os demais trabalhadores. “A iniciativa tem como objetivo desestimular e coibir o uso do cigarro, através da conscientização de fumantes e não fumantes”, explicam a coordenador do programa, Marisa Marés de Souza, e a psicóloga do Departamento de Saúde Ocupacional, Maria de Lourdes d”Ávila.

A idéia já foi adotada no Ippuc e nas secretarias municipais de Administração, Abastecimento e Educação, sendo que outros órgão também já se interessaram em conhecer o “fumódromo”. Na Prefeitura, os resultados da iniciativa foram bastante positivos. Os fumantes deixaram de acender o cigarro em locais fechados e muita gente até mostrou interesse em parar de fumar. No ano 2000, 21,56% dos funcionários fumavam. Este ano, o percentual caiu para 17,2%.

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