A taxa de prevalência, termo utilizado para definir o número de pessoas com hanseníase (em registro ativo), continua caindo no Paraná. Um balanço feito até junho deste ano pela coordenação estadual do Programa de Eliminação da Hanseníase, da Secretaria da Saúde, apontou uma nova queda. São 1.983 pacientes em tratamento no Estado, com taxa de prevalência de 1.93. O número segue a tendência apresentada nos últimos dois anos. Em 2003, ocorreram 2.792 casos (com prevalência 2.8). Esses números caíram para 2.566 em 2004 (com prevalência 2.5).
A expectativa do Estado é alcançar o índice de um caso de hanseníase para cada 10 mil habitantes até o final deste ano, que é a mesma meta do Ministério da Saúde. A coordenadora do programa, Nivera Stremel, avalia que, além de a queda ser positiva, outros dados apresentam um bom panorama do Estado no combate à doença. Segundo ela, a vigilância epidemiológica do Paraná é ótima e isso faz com que os dados apresentados sejam verdadeiros ou o mais próximo possível da realidade. "Estamos intensificando as ações para que todos os casos sejam diagnosticados e tratados o mais rápido possível", disse. A meta da Secretaria da Saúde é descobrir os casos precocemente e realizar o tratamento completo, para eliminar a doença no Estado.
Em um evento realizado na última terça-feira, a consultora da força-tarefa do Ministério da Saúde, Maria Elisabet Lovera, alertou os participantes para que examinem se não existem casos de hanseníase nos municípios que fazem parte de suas Regionais de Saúde. "No início do ano, 23% dos pacientes de hanseníase no Paraná haviam abandonado o tratamento. Agora, esse índice baixou para 6%", comentou a consultora, para quem é preciso conscientizar os pacientes sobre a importância de concluir o tratamento, "pois se não todo o esforço terá sido em vão", acrescentou.
O objetivo do governo do Estado é eliminar a hanseníase com qualidade na busca e no tratamento de casos. "Hoje o empenho é no sentido de descentralizar o programa e desenvolver ações em todas as Regionais de Saúde", enfatizou Nivera Noemia Stremel. No Plano Estadual para a Eliminação da Hanseníase, são considerados prioritários no combate à doença a Região Metropolitana de Curitiba e os municípios de Londrina e Foz do Iguaçu.
A doença
A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium leprae. Tem uma evolução lenta, que se manifesta principalmente por sinais e sintomas na pele e nos nervos periféricos, sobretudo nos olhos, nas mãos e nos pés. A transmissão ocorre apenas por contato com pacientes não tratados. O tratamento dura cerca de um ano.