Estimativas do Ministério da Saúde indicam que 1% da população brasileira, cerca de 1,7 milhão de pessoas, em algum momento da vida desenvolve sintomas de esquizofrenia. A doença mental é caracterizada por delírios, alucinações, empobrecimento afetivo e perda de iniciativa, o que resulta em isolamento social.

Cerca de 90% dos casos de esquizofrenia são crônicos. Dessa parcela, existem portadores de esquizofrenia refratária, que não respondem à medicação e, conseqüentemente, não apresentam melhoras.

No Paraná, este panorama está mudando. O Estado é referência no tratamento de portadores de esquizofrenia refratária. Setecentos e cinqüenta pacientes recebem, gratuitamente, da Secretaria Estadual da Saúde medicação especial, responsável pela significativa melhora nos quadros da doença. São repassados os medicamentos risperidona, clozapina e olanzapina.

Deise Pontarolli, chefe da divisão de medicamentos especiais da Central de Medicamentos do Paraná (Cemepar) ? responsável pela distribuição dos remédios no Estado, conta que o Estado investe R$ 53 mil por mês para atender os pacientes. “Eles são atendidos de acordo com protocolo clínico e diretrizes terapêuticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde”, explica.

Centro

O diretor clínico do Centro Psiquiátrico Metropolitano e médico do ambulatório de esquizofrenia refratária, Luiz Eduardo Tassi, lembra que o alto custo dos medicamentos muitas vezes afastava os pacientes do tratamento.

“Com este projeto, estamos conseguindo melhorar a qualidade de vida desses pacientes”, afirma. Isso vem sendo obtido, explica o médico, através da diminuição dos sintomas e, principalmente, da redução no número de internações hospitalares. “Muitos pacientes passavam entre nove e dez meses internados. Hoje, alguns já estão há quatro anos sem internações”, diz. Tassi comenta ainda que em função desses resultados, já estão sendo estudados programas para as famílias e de reintegração social desses pacientes.

O programa de atendimento a portadores de esquizofrenia refratária é desenvolvido em centros de referência de atendimento psiquiátrico que funcionam em Curitiba, Londrina, Maringá, Pato Branco e Campo Mourão.

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