A Equipe de Vigilância em Saúde da 1ª Regional de Saúde, com sede em Paranaguá, intensifica o trabalho de educação e prevenção da raiva humana no litoral paranaense. Para isso, disponibiliza uma equipe de 15 pessoas que realizam trabalho de investigação epidemiológica, em conjunto com a Secretaria da Agricultura e agentes do município.
Pontal do Sul registrou no início de janeiro deste ano um caso de raiva em morcego. A primeira constatação foi em março de 2006. André Joineau, funcionário de uma marina, coincidentemente, foi quem achou os animais nas duas vezes. ?O morcego estava caído no chão, se debatendo e babando. Suspeitei que estava contaminado e, sem tocá-lo diretamente, encaminhei-o para diagnóstico laboratorial?, relata. Após o episódio de 2006, André, sua esposa, e um mais um funcionário tomaram a vacina anti-rábica.
Curitiba também confirmou neste mês um caso positivo de raiva em morcego. O exame foi realizado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). O animal foi encontrado no bairro de Santa Felicidade.
Do setor de Zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde, a enfermeira sanitarista Vânia Osna alerta para o fato que depois que a pessoa manifesta a doença não há cura. ?O tratamento profilático humano pós-exposição é sempre indicado. A vacina anti-rábica é segura e não apresenta contraindicações. Em alguns casos, o tratamento é feito com soro anti-rábico?, afirma. A vacina é a mesma utilizada no tratamento profilático e é recomendada para profissionais que tenham contato com animais, como veterinários, biólogos e pesquisadores. ?Isto independentemente de agressões?, argumenta Vânia.
Segundo ela, atualmente a vacina utilizada é de ótima qualidade, sem apresentar reações. É aplicada via intramuscular, em duas a cinco doses, dependendo da indicação. Está disponível em todos os municípios do Estado por meio das Unidades de Saúde e é gratuita.
A chefe da divisão de Assistência à Saúde da 1ª Regional de Saúde , Ilda Natsuko, declara que imediatamente após a notificação do caso ocorrido em Pontal do Sul a Regional iniciou a investigação epidemiológica. ?Seguimos um roteiro para coletar todos os dados e buscamos, em um raio de até 5 km, pessoas e outros animais que foram expostos ao mesmo animal ou a outros suspeitos?. A identificação da área onde ocorreu a notificação orienta a continuidade do processo de investigação e a extensão das medidas de controle a serem adotadas.
O Paraná não registra raiva humana desde 1988. O último registro de morte decorrente da doença com transmissão do vírus através do morcego foi em 1987 e em 1977 através do cão. O Brasil registrou em 2006 seis casos. Em maio, Minas Gerais registrou o óbito de um médico veterinário que não havia sido vacinado de forma preventiva, nem após o contato com o animal infectado.
Em 2004 foram registrados 36 casos de acidentes causados por morcegos em seres humanos. No ano seguindo, o número foi de 69 chegando até 91 notificações em 2006.
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