Paraná aumenta em 47% os serviços de atendimento à hanseníase

Os serviços de atendimento à hanseníase no Paraná tiveram um aumento de 47%, de dezembro de 2005 a junho de 2006. É o segundo Estado brasileiro, depois do Espírito Santo, onde houve aumento da cobertura de serviços destinados ao tratamento da doença. Segundo a representante da coordenação nacional do Programa de Eliminação da Hanseníase do Ministério da Saúde, Eliane Aparecida Nascimento, a Região Sul foi a que teve o maior percentual de crescimento da cobertura, com 14%, no mesmo período.

Eliane Aparecida Nascimento, que participou da oficina para avaliar ações do programa no Paraná nesta terça-feira, em Curitiba, com a participação dos coordenadores estaduais do programa e da atenção básica das 22 Regionais da Secretaria Estadual da Saúde, disse que um dos principais fatores para a eliminação da hanseníase é fazer com que as unidades de atendimento procurem novos casos. ?Elas devem fazer a busca na comunidade e diagnosticar o mais cedo possível a doença, pois nesse estágio ela não é transmitida e não serão encontrados casos com incapacidade física?, explicou.

Depois do diagnóstico, os casos precisam ser acompanhados mensalmente, para que o tratamento seja feito no tempo regular. Os pacientes têm de ir regularmente ao tratamento para se curarem. ?Aumentar a cobertura dos serviços de atendimento, detectar a doença precocemente, tratá-la nos serviços de saúde e examinar todos os contatos com as pessoas que convivem com o doente são as ações prioritárias para alcançar a eliminação da hanseníase?, observou a técnica do Ministério da Saúde.

Segundo a coordenadora estadual do Programa de Eliminação da Hanseníase, Nivera Noemia Stremel, até setembro deste ano foram descobertos no Paraná 1.022 casos novos de hanseníase com taxa de detecção de 0,98 por 10 mil habitantes e 1.583 estão em tratamento, incluídos os casos novos, com taxa de prevalência de 1,5 por 10 mil habitantes. Em 2005 foram diagnosticados 1.619 casos com taxa de detecção 1,5 por 10 mil habitantes. E trataram-se 1.809 casos com taxa de prevalência de 1,7 por 10 mil habitantes.

Uma grande contribuição na eliminação da hanseníase em todo o país vem sendo dada pela Ong NRL-Brasil. ?Trabalhamos junto com o governo, porque tem os serviços e pode atingir toda a população. Através do governo podemos atingir um número maior de pessoas?, afirma o diretor técnico da associação, Pieter Schreuder. No Brasil, a entidade atua desde 1994, e desde 1997 no Paraná.

A NRL-Brasil participa do planejamento do combate à doença, compra suprimentos para os doentes de hanseníase, providencia a adaptação dos calçados que os mais atingidos pela doença usam e ajuda na reabilitação social das pessoas que tiveram a doença. Também contribui na promoção de cursos de capacitação para melhorar os projetos estaduais, com o objetivo de aprimorar a eficácia e a qualidade dos serviços.

Durante o encontro, os coordenadores regionais do Programa de Eliminação da Hanseníase e da atenção básica das 22 Regionais de Saúde apresentaram o que foi realizado em sua região neste ano e discutiram as parcerias envolvidas no desenvolvimento das ações de controle da doença e as ações que poderão ser realizadas em conjunto com a atenção básica e quais as dificuldades nessa integração.

Também foram apresentadas experiências em andamento em Curitiba e na Região Metropolitana, Ponta Grossa, Guarapuava, União da Vitória, Pinhão, Foz do Iguaçu, Cascavel, Cianorte e Paranavaí. Participaram do evento o coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Artur Moreira Custódio, e representantes do movimento Franciscanos pela Eliminação da Hanseníase e da Central de Medicamentos do Paraná (Cemepar), do Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen-PR), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Centro de Produção e Pesquisa Imunobiológico (CPPI), da Escola de Saúde Pública do Paraná, do CRE Metropolitano, do Grupo Fera, do Hospital de Dermatologia do Paraná e do Complexo Médico Penal.

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