A Secretaria de Estado da Saúde aplicou cerca de R$ 1,5 milhão, neste ano, em ações assistenciais e de prevenção à aids. Com isso, o número de casos no Paraná vem diminuindo. Conforme dados preliminares, no ano de 2002, foram registrados 1.322 casos em adultos, em 2003, foram 1.175 e a previsão para 2004 é que estes números continuem estabilizados.
De acordo com a coordenadora de DST/AIDS da Secretaria, Maria Cristina Assef, a prevenção deve ser contínua para que, no futuro, diminua o número de casos novos no Estado. “Por isso, temos dado prioridade aos investimentos em ações preventivas e às parcerias com as ONGs”, disse.
Do total investido, cerca de R$ 500 mil foram repassados a organizações não governamentais (ONGs), outros R$ 500 mil, utilizados na compra de medicamentos, R$ 200 mil na aquisição de preservativos, aproximadamente R$ 150 mil em equipamentos hospitalares e, ainda, R$ 75 mil gastos em leite distribuído para filhos de mães soropositivas. O restante foi destinado a outras ações, como campanhas educativas.
Ações
Com os recursos recebidos, as ONGs desenvolveram trabalhos de prevenção à aids na comunidade, em especial nos grupos de maior vulnerabilidade. As instituições foram selecionadas, após analisadas por uma comissão independente com componentes apontados pela Secretaria e pelo Fórum de ONGs. A seleção pública foi realizada no fim do ano passado.
Dos 50 projetos apresentados, 14 foram selecionados, dando prioridade para os trabalhos preventivos junto a adolescentes, mulheres heterossexuais, homossexuais, bissexuais, trabalhadores do sexo e usuários de drogas. Além desses, outros seis projetos, considerados estratégicos para o Paraná, foram financiados diretamente pela Secretaria, totalizando 20 projetos.
Todo o andamento dos projetos está sendo supervisionado pela Coordenação de DST/AIDS da Secretaria da Saúde. Esta é a primeira vez que o Estado gerencia as verbas repassadas para as ONGs fazerem a prevenção da aids. Até o ano passado, o repasse do valor e o gerenciamento de sua utilização era responsabilidade do Ministério da Saúde. O presidente do Grupo Renascer, de Ponta Grossa, Otair Luís dos Santos, responsável pelo projeto “Dellas”, falou sobre o incentivo no final de junho, quando foi assinado o convênio com o governo do Estado. “É muito importante para aumentar os trabalhos de prevenção junto aos homossexuais e aos profissionais do sexo”, afirmou.
Preservativos
Dos 14 primeiros projetos selecionados, seis são de Curitiba, um de Francisco Beltrão, dois de Maringá, um de Londrina e um de Colombo, que teve dois trabalhos aprovados. Os outros seis são considerados estratégicos por serem de abrangência estadual.
A Secretaria desenvolveu, ao longo do ano, ações preventivas, como a distribuição de 2 milhões de preservativos, bem como a entrega de kits educativos em datas como o Dia dos Namorados e Carnaval. Para Maria Cristina, a prevenção é fundamental, pois a aids é uma doença que ainda não tem cura, apenas controle. “As pessoas devem entender que a prevenção deve ser uma rotina”, afirmou. “E o apoio dessas ONGs na divulgação de informações educativas é importante”. A Secretaria prepara uma grande campanha para o dia 1.º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra AIDS.
Ações de caráter assistencial também estão sendo desenvolvidas. Entre elas, a montagem, em conjunto com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), de um serviço de referência em doenças sexualmente transmissíveis, bem como fornecimento de equipamentos para o Hospital do Trabalhador, Hospital Oswaldo Cruz e o Centro de Referência em Especialidade (CRE) Barão, além da aquisição dos medicamentos para tratamento de infecções oportunistas.
