Pânico pode levar a problemas cardíacos

Há muito tempo a sabedoria popular atribui aspectos emocionais como agentes promovedores ou agravantes da doença cardiovascular. Entretanto o mundo acadêmico começa apenas recentemente a aceitar tal relação. A depressão já foi demonstrada por vários estudos que como fator de risco independente para doença arterial coronária, mais conhecida como infarto do coração. Agora, tem-se descrito uma nova enfermidade denominada “miocardiopatia tako-tsubo”, ou síndrome do coração partido. Trata-se de uma moléstia que leva a insuficiência cardíaca transitória após um quadro de intenso estresse, sobretudo em pacientes do sexo feminino.

Mais recentemente, tem-se atribuído ao transtorno do pânico uma relação com a doença cardíaca. Muitos dos pacientes que apresentam transtorno do pânico acabam recorrendo a um cardiologista, pois apresentam alguns sintomas extremamente desconfortáveis, tais como suor frio, palpitações, dor no peito e sensação de morte, sinais muito relacionados com um ataque cardíaco.

Até recentemente fazia parte do trabalho do cardiologista nestes casos descartar enfim a existência de uma doença cardíaca e encaminhar este enfermo a um acompanhamento especializado com psiquiatra, de quem receberá o tratamento adequado para o pânico.

Entretanto com o que sabemos hoje, graças a dois grandes estudos, é que indivíduos que tiveram ataques de pânico abaixo de 50 anos de idade possuem uma chance significativamente maior de desenvolver doença das artérias coronárias no futuro. Para aqueles que sofreram com o pânico após os 50 anos, as chances de apresentarem outras doenças do coração também aumentam, mas não infarto do miocárdio.
Mesmo com esses dados de literatura médica, os mecanismos pelos quais isto ocorre ainda permanecem incertos. Apesar do transtorno do pânico ser um diagnóstico diferencial do infarto do miocárdio nas salas de urgência dos pronto-socorros existem evidências cada vez mais robustas que estes pacientes, além de ser acompanhados por psiquiatras, também devem ser submetidos a avaliações cardiológicas mais precocemente.

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