O Ministério da Saúde anunciou na manhã de hoje que os casos notificados de dengue no Brasil foram reduzidos em 66% no começo do ano. Apenas os Estados de Mato Grosso, Pernambuco e Tocantins registraram crescimento no número de diagnósticos da doença em relação a 2011. Com um aumento de 238% nos casos, Tocantins já apresenta um quadro de epidemia.

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Os dados preliminares do Ministério mostram que até o dia 18 de fevereiro foram registrados em todo o País cerca de 57 mil casos da doença. Em 2011, foram 166 mil. Os casos graves e mortes relacionados à dengue também diminuíram. Neste ano foram confirmados cinco óbitos, contra 181 no mesmo período do ano passado.

O Ministério aponta o aporte extra de recursos para o combate à doença como uma das razões para a diminuição dos casos. Desde outubro, foram liberados R$ 92 milhões para ações preventivas e de controle da dengue em 1.159 municípios brasileiros. Somente o Rio de Janeiro recebeu R$ 13 milhões distribuídos entre 100 cidades.

Já os três Estados que registram aumento do número de casos obtiveram, juntos, R$ 9 milhões. O valor foi repassado a 218 cidades. Em Tocantins, onde a situação é mais grave, foram distribuídos R$ 1 milhão entre 40 municípios. O estado registrou neste ano cerca de 4.700 casos da doença. Apenas o Rio, com mais de 7 mil casos, foi mais afetado pela dengue.

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O coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, explicou que a divisão dos recursos segue critérios de população, região geográfica e histórico da doença. “O Rio recebeu mais pois ainda convive com problemas de distribuição e tratamento de água e coleta de lixo que interferem na proliferação da doença”, justificou. Apesar de ainda concentrar o maior número de vítimas, o Rio diminuiu em 66% os casos de dengue.

Segundo Coelho, as verbas adicionais podem ser redistribuídas ou suspensas caso sejam constatadas irregularidades e ineficácia nas ações adotadas pelos municípios que receberam os recursos. “Vamos avaliar o quê teria causado esse aumento nos outros estados. Às vezes não é uma questão de falta de dinheiro, mas da gestão dos recursos associada a outros fatores, como o clima.”

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A afirmação, entretanto, diverge da avaliação do secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Ele acredita que o clima ajudou na redução dos casos de dengue no País. “Janeiro foi muito frio, não era um clima favorável para a proliferação”, explicou. Para Barbosa, ainda é cedo para um balanço positivo dos números. “O pico de incidência da doença vai até maio. Com o aumento das temperaturas nos últimos dias, temos que ficar alerta”.

Antonio Pita