As dores de cabeça das crianças, em geral atribuídas à escola, são provocadas pelos próprios pais em um em cada quatro casos, informaram especialistas numa conferência promovida pelo Centro de Cefaléias da Universidade Católica de Roma. No encontro realizado em Sabaudia, a 100 km da capital, os médicos apresentaram uma classificação das principais causas das dores de cabeça infantis.
A família aparece em primeiro lugar, com o mais alto índice de “nível de conflito”, seguida pela escola e depois por numerosos motivos orgânicos, ambientais e genéticos. Segundo os especialistas, as crianças sofrem mais que os adultos das chamadas cefaléias essenciais, as dores de cabeça não causadas por resfriados ou outros problemas orgânicos.
“É o ambiente familiar, e em particular o comportamento dos pais, o fator determinante de grande parte das dores de cabeça”, declarou o diretor do centro universitário, Girolamo Di Trapani. “Até agora, pensava-se que a principal causa das hemicranias fossem os conflitos na escola, mas não é assim”.
Os estudos mais recentes, como o realizado pelo centro de cefaléias do hospital San Carlo de Nancy de Roma, constataram que a vida escolar não é o maior responsável pelas dores de cabeça. Ao contrário, as atividades na escola geram um nível de conflito muito mais baixo que entre a família.
Outro estudo da Universidade La Sapienza de Roma mostrou como se comportam os pais frente a uma criança com dor de cabeça. “Apenas 25% se preocupam, 30% usam remédios inadequados e o restante não faz nada, dizendo à criança que a dor logo vai passar”, comentou Trapani, recomendando aos pais sempre dar importância ao pedido de ajuda da criança. “Quando ela diz que está com dor de cabeça, não está dissimulando”, afirmou.
