Pacientes testam medicamento para AVC

Um novo medicamento para prevenção de novas ocorrências de acidente vascular cerebral (AVC), mais conhecido como derrame, em pacientes que já sofreram o mal será testado a partir do mês que vem no Instituto de Neurologia de Curitiba (INC). A instituição é uma das mais de 200 em todo o mundo que testarão o novo remédio, de origem francesa, mas que ainda não teve o nome ou laboratório que o fabrica divulgados.

Segundo a neurologista Ana Lucila Carsten, responsável pelo setor especializado em AVC do hospital, a medicação deve agregar menos efeitos colaterais e reunir em um só remédio princípios ativos que hoje obrigam o paciente a tomar até quatro medicamentos diferentes. Podem participar da pesquisa pacientes que tiveram um AVC nos últimos três meses. A medicação será gratuita.

Ana Lucila Carsten está otimista com o experimento. No INC há uma unidade voltada especialmente para investigar o AVC e tratá-lo em emergência. "Fomos chamados para testar o medicamento, que é de prevenção secundária, já que há grandes chances de reincidência em quem sofre o AVC uma vez", explica. Esse índice de repetir o problema, que é de cerca de 30% ao ano, exige adoção de medicamentos e acompanhamento médico na seqüência. "E o diferencial dessa nova medicação é que irá agregar o efeito de várias drogas combinadas."

A pesquisa será feita a partir da seleção de pacientes que tiveram AVC do tipo hisquêmico, que ocorre quando um coágulo sangüíneo bloqueia ou diminui a chegada de sangue no cérebro. É o mais comum, respondendo por cerca de 85% dos casos. Para participar, o acidente deve ter ocorrido em no máximo três meses. "É importante que o paciente tenha disciplina e siga o tratamento à risca", enfatiza. O estudo terá duração de cinco anos e será feito com base em comparações entre os medicamentos utilizados atualmente e o novo remédio, que será fornecido gratuitamente ao paciente. Para se candidatar, é preciso procurar o INC -(41) 3028-8545 – e passar por uma triagem, que estabelecerá se o paciente se encaixa nos critérios de inclusão da pesquisa.

De acordo com a médica, há grandes chances de os pacientes que sofrem um derrame não levarem as seqüelas para o resto da vida. Para isso, é primordial que o tratamento seja procurado imediatamente aos sintomas, que consistem em fraqueza ou amortecimento súbitos na face, braço ou pernas; dificuldade para falar ou compreender o que se diz; alteração da visão; dificuldade para caminhar, tonturas ou desequilíbrio; dor de cabeça súbita ou violenta e crises de desmaio. "Se a pessoa souber reconhecer os sintomas e procurar imediatamente o hospital, pode-se reverter até totalmente o problema", garante. Mas esse prazo é curto – de três a seis horas, no máximo -uma vez que a medicação deve ser feita durante a fase aguda do derrame. 

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