As doenças reumáticas representam um dos maiores problemas de saúde mundial. Estima-se que, em todo o planeta, cerca de 10% da população sofra com estas enfermidades. A principal e mais comum delas é a osteoartrite, também conhecida como artrose, atingindo cerca de 20% dos adultos brasileiros e sendo considerada uma das principais causas de incapacidade e de afastamento do trabalho, segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
Caracterizada pelo desgaste da cartilagem e por alterações ósseas, popularmente chamadas de “bicos de papagaio”, a artrose provoca dor nas articulações em joelhos, quadris, tornozelos e coluna e causa dificuldade de locomoção, merecendo dos idosos uma atenção especial. Segundo a SBOT, a doença atinge cerca de 60% das pessoas com mais de 60 anos e praticamente todos os idosos apresentam alguma característica ligada à artrose.
A patologia se torna ainda mais preocupante quando se associa a outro dado: o envelhecimento da população brasileira. Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 2025 o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. “Os tratamentos medicamentosos e cirúrgicos para a artrose vão ter que ser obrigatoriamente bem conduzidos, para que possamos melhorar a qualidade de vida desta população mais idosa sem impactar muito nos custos gerais da saúde”, comenta Rogério Teixeira, doutor em ortopedia e medicina esportiva pela Unifesp e médico do Hospital São Luiz Morumbi.
Nova opção de tratamento passa a ser oferecida em Curitiba
Tradicionalmente baseado no uso de analgésicos e anti-inflamatórios para reduzir a dor, além de fisioterapia ou repouso físico na fase aguda, os tratamentos para a artrose ganham um novo aliado. A partir de maio, médicos e pacientes de Curitiba têm à disposição uma nova metodologia de tratamento da doença nas piscinas, com hidroterapia.
Disponível nas três academias do medalhista olímpico Gustavo Borges na cidade, a técnica foi desenvolvida pelo profissional de medicina esportiva Dr. Rogério Teixeira, em parceria com o professor Willian Urizzi de Lima, ex-técnico de natação da Seleção Brasileira, e se diferencia da fisioterapia tradicional ao propor atividades e exercícios característicos para a água, com acompanhamento e avaliação dos monitores das academias. “A importância deste novo conceito é fazer com que boa parte dos pacientes com artrose tenha na piscina um grande aliado para a realização de atividades físicas sem desgastar ainda mais as suas articulações. Vários estudos mostram que o paciente com artrose pode se exercitar, mas o impacto dos exercícios fora da água sempre foi um fator limitante para muita gente. O trabalho na água, supervisionado por quem entende do assunto, vai com certeza ajudar muito esses pacientes”, explica o especialista
Em setembro, após o período experimental em Curitiba, o projeto será levado a todas as cidades no país que tenham uma academia com a Metodologia Gustavo Borges – próprias ou franqueadas. Os dados dos pacientes participantes serão coletados e estudados pelos médicos envolvidos no desenvolvimento da metodologia, que poderão comprovar a eficácia em comparação aos tratamentos medicamentosos ou não medicamentosos para a artrose, sugerindo, assim, um novo protocolo para a doença.
Sugestão de fonte: Rogério Teixeira, ortopedista especializado em medicina e traumatologia desportiva pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Pós-graduado em Ortopedia e Doutor em Ciências na área de Traumatologia Desportiva, atualmente coordena o NEO (Núcleo de Estudos em Esportes e Ortopedia), instituição de ensino e pesquisa sem fins lucrativos sediada em São Paulo, e é presidente do Comitê de Traumatologia Desportiva (biênio 2009/2010), braço da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia que cuida do desenvolvimento do ensino na área esportiva para ortopedistas de diversas cidades brasileiras.