Ouvido: Não deixe o verão deixá-lo surdo

No verão, com o aumento da temperatura, não tem nada mais refrescante do que os banhos nas praias ou piscinas. No entanto, se depois de um mergulho ficar uma sensação de que existe água dentro do ouvido, é um sinal de que algo não está bem. Por isso, os médicos recomendam que o ideal é que, antes de praticar esportes aquáticos, a pessoa procure um otorrinolaringologista para ver se está tudo correto com o ouvido.

Sem os devidos cuidados, essa prática divertida pode ter como resultado o aumento das inflamações e infecções no ouvido, conhecidas como otite externa – um tipo de infecção que acomete o canal externo do órgão auditivo. "Por ser quente, úmido e escuro, o canal pode facilmente ser infectado por fungos ou bactérias", explica o presidente da Sociedade Brasileira de Otologia, Sady Selaimen da Costa.

Segundo o médico, o risco de sofrer de otites é muito mais comum no verão, por causa da maior umidade do ar, do calor e dos hábitos assumidos pela população nessa estação. Esses distúrbios afetam tanto adultos quanto crianças e devem ser diferenciados da otite média aguda, que apresenta uma incidência muito maior nos meses de inverno e nas crianças (até os seis anos de vida).

Sem pingar nada

Nos ambientes freqüentados durante o verão, o contato constante com a água (muitas vezes imprópria para o banho) pode modificar o revestimento do canal auditivo externo gerando descamação e coceira. Como reação imediata, muitas pessoas costumam cutucar o ouvido, utilizando os mais variados objetos, como cotonetes, tampas de caneta e agulhas de tricô, entre outros, o que pode causar sérios traumas no ouvido. De acordo com Sady Costa, essas inflamações na pele servem como legítimas portas de entrada a microorganismos que podem causar infecções locais ou generalizadas.

Outro alerta dos especialistas é para que se tome muito cuidado com alguns tratamentos ou métodos caseiros. "Nunca pingue nada no ouvido", avisa o médico. Algumas pessoas costumam utilizar álcool ou vinagre. Segundo Costa, esses tratamentos causam desidratação da pele, predispondo à infecção. "Essa tentativa de tratamento é desastrada e inoportuna", recrimina.

De acordo com os especialistas, os sintomas mais comuns da otite externa são a dor de ouvido, que piora quando a orelha é pressionada ou puxada, a coceira no canal externo, o surgimento de secreção, inchaço e diminuição da audição. O tratamento inclui uma limpeza cuidadosa do canal auditivo externo, que deve ser feita por um médico especializado. Habitualmente, são receitados medicamentos tópicos e analgésicos.
Sady Costa não recomenda o uso de xampu, sabão e outros agentes que irritam o canal e orienta para que, durante o período de inflamação, não se pratique natação. Para os casos em que a otite externa é recorrente, os médicos indicam o uso de medicação específica, além dos cuidados preventivos apropriados.

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