Algumas atividades simples, realizadas diariamente sem nenhum esforço, podem ser tarefas impossíveis para os portadores de osteoporose.
A doença, caracterizada pela redução da quantidade e da qualidade do tecido ósseo, é normalmente silenciosa e costuma ser percebida somente quando as fraturas, geralmente na coluna, levam à incapacidade e dor crônica.
É importante ressaltar que quanto maior o número de fraturas, maior também é o impacto na qualidade de vida do paciente com osteoporose.
“O medo de cair, a dor associada às fraturas, além da dificuldade para atividades da vida diária e exercícios físicos, a reduzida capacidade de participar de reuniões sociais e a progressiva perda da independência são os principais fatores que degradam a rotina dos pacientes”, afirma o reumatologista Charlles Heldan de Moura Castro, especialista em doenças osteometabólicas.
Fraturas vertebrais
A osteoporose atinge principalmente as mulheres. A doença é observada em cerca de 15% das mulheres entre 50 e 59 anos de idade, e em 70% daquelas com 80 anos ou mais.
Isso é resultado do declínio, durante a menopausa e a pós-menopausa, na produção do hormônio estrógeno, responsável por ajudar a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea. O enfraquecimento dos ossos faz com que aproximadamente uma em cada cinco mulheres acima dos 50 anos tenha uma ou mais fraturas vertebrais.
Um problema mais sério ainda é a falta de diagnóstico, uma vez que a doença tem evolução silenciosa. Estima-se que apenas um terço das fraturas vertebrais sejam detectadas.
A ausência de outros sintomas quando a osteoporose está no início faz com que o diagnóstico clínico da doença seja tardio, numa fase onde a perda óssea é avançada e as fraturas já instaladas.
“Nesta fase, o paciente pode apresentar perda da estatura, cifose torácica (corcunda) e dores associadas às fraturas”, afirma o especialista. A gravidade do problema não para por aí: as fraturas vertebrais aumentam em até 8 vezes a taxa de mortalidade, comparado com mulheres que não tem tais lesões.
Doença silenciosa
Para diagnosticar a doença, o exame mais indicado é a densitometria óssea, indicada para pessoas com mais de 65 anos, pessoas em uso de corticóides por mais de três meses ou com qualquer outro fator de risco para osteoporose (história familiar e pessoal de fraturas, alcoolismo, tabagismo, baixo peso, artrite reumatóide e outras doenças inflamatórias).
“Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores chances o paciente terá de preservar a massa óssea e prevenir as fraturas”, Charlles de Moura Castro. Quando os pacientes seguem o tratamento corretamente, respondem com manutenção ou ganho da massa óssea, maximizando as chances de sucesso da terapia.
Embora não tenha cura, a osteoporose é uma doença tratável. As fraturas podem ser evitadas com a combinação de mudanças no estilo de vida e tratamento médico apropriado.
O alerta é que a prevenção deve começar na infância. Ter uma dieta rica em cálcio nessa fase da vida, manter atividade física regular, evitar o abuso de álcool e fumo certamente são ações que poderão garantir uma “reserva óssea” para quando o corpo precisar.
Também é importante que o paciente tenha consciência de que é preciso um tratamento prolongado e sustentado. Só assim será possível que os portadores da doença mantenham a qualidade de vida e consigam realizar atividades simples e rotineiras.
Para prevenir
” Uma dieta rica em cálcio é fundamental
” Consumir diariamente leite e seus derivados
” Não dispensar brócolis, espinafre, couve, entre outras verduras
” Incluir peixe na alimentação
” Se expor ao sol pelo menos por 20 minutos diários
” Praticar uma atividade física regular
” A prevenção deve começar ainda na infância
Fatores desencadeantes
” Baixo consumo de cálcio
” Excesso de sal e café
” Falta de exercícios físicos
” Abuso no consumo de álcool
” Tabagismo
” Uso prolongado de medicamentos como a cortisona