Pesquisas promovidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) enumeraram os principais vilões da saúde pública mundial. Eles são responsáveis, direta ou indiretamente, por cerca de 40% das mortes ocorridas no mundo. Não é difícil perceber que esse panorama continua colocando em risco a saúde da população. Para os especialistas mundiais, o que mais impressiona, atualmente, é a contradição na questão da nutrição. Conforme comprovado em recente pesquisa, enquanto existe cerca de 150 milhões de crianças em nações pobres muito abaixo do peso ou subnutridas – importante causa de óbito -, existem mais de um bilhão de adultos acima do peso no mundo, fator que leva a diversas doenças provocadas pela obesidade e à morte.
Médicos e cientistas reafirmam que, apesar de atingir índices nunca antes conquistados, a expectativa de vida no mundo poderia ser ainda maior. Ela poderia aumentar, conforme os estudos da OMS, em 10 anos em países em desenvolvimento e em cinco anos em nações desenvolvidas, com a implantação de programas simples de informação e conscientização. Os pesquisadores detalharam essas verdadeiras feridas e propuseram algumas estratégias eficazes e baratas para diminuir seus efeitos. Isso significa que todos os envolvidos com a saúde pública devem concentrar seus esforços para combater esses riscos e minimizar seus efeitos. Evidentemente que eles variam de uma região para outra. A subalimentação e o sexo sem proteção são os maiores males em grande parte da África, enquanto o tabagismo e a hipertensão afetam mais a América do Norte, Europa e Japão. Conheça abaixo os verdadeiros vilões da saúde pública mundial.
Subnutrição
Um relatório publicado pelo Unicef afirma que 150 milhões de crianças sofrem de subnutrição nos países em desenvolvimento. De acordo com a pesquisa, a má alimentação não é o maior problema, e sim as recorrentes doenças – vômitos e diarréias – que impedem a absorção de nutrientes vitais. Os pesquisadores afirmam que a maioria das crianças subnutridas não aparenta ter o problema. Isso acontece, segundo eles, porque muitas crianças se tornam subnutridas nos primeiros anos de vida – quando ainda estão em fase de desenvolvimento.
Obesidade
A obesidade alcançou proporções epidêmicas e autoridades médicas mundiais decidiram tratar o problema de forma mais agressiva a fim de evitar a explosão global de doenças relacionadas à gordura. Depois de anos concentrada na promoção de dietas saudáveis para conter a demanda por junk food, a OMS está examinando o que pode ser feito no lado dos fornecedores – buscando a cooperação dos produtores de alimentos. Nos últimos anos, especialistas têm confirmado que obesidade, diabetes e doenças cardíacas – comumente vistas como problemas dos mais ricos – estão se espalhando pelos países em desenvolvimento. A entidade estima que 300 milhões de pessoas em todo o mundo são obesas e outras 750 milhões estão acima do peso ideal.
Sexo sem proteção
Os números de mortes devido a incidência das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e aids continuam em franca expansão. Estima-se em cerca de 3 milhões as mortes por elas causadas. Na África, mais de 99% das infecções com o vírus da aids acontecem devido ao sexo sem proteção. Com isso, a esperança de vida no continente é a menor dentre todos os outros. Para os pesquisadores, a solução para diminuir esses índices é simples: o uso de camisinha.
Hipertensão
A hipertensão é responsável por uma epidemia silenciosa. Muitas vezes, o primeiro aviso da incidência da doença pode ser o único. A doença é responsável por mais de 7 milhões de mortes ao ano, de 62% dos acidentes vasculares cerebrais e de 49% dos ataques cardíacos. Perder peso é a forma mais efetiva para controlar a pressão sem usar remédios. Não é necessário perder muito peso para se conseguir resultados importantes. Em média, uma perda em torno de 5 kg já é considerada um avanço animador. Os especialistas também recomendam uma constante atividade física, a diminuição no consumo de sal e o consumo moderado de bebidas alcoólicas.
Colesterol
O excesso de colesterol é responsável por 4,4 milhões de mortes, isto quer dizer, 7,9% da mortalidade total, e de 18% dos acidentes vasculares cerebrais. Mesmo sem um histórico familiar da doença, muitas pessoas sofrem com o colesterol alto. Outros fatores que alteram ou aumentam o colesterol são os hábitos alimentares, a vida sedentária com pouca prática de exercícios e o tabagismo. Um importante fator para o controle de seu colesterol é a redução do consumo de gorduras saturadas. Especialistas recomendam uma dieta para tratamento e controle de níveis de colesterol sangüíneo que limite entre 8% e 10% o consumo de gordura saturada do total de calorias ingeridas diariamente.
Fumo
A OMS considera o tabagismo uma pandemia, ou seja, uma epidemia generalizada, e como tal precisa ser combatido. Atualmente, morrem no mundo cerca de 3 milhões de fumantes por ano em conseqüência das doenças que o tabaco provoca. O cigarro mata mais que a cocaína, heroína, álcool, incêndios, suicídios e aids, juntos. Nos últimos anos, o tabagismo tem causado, em média, 4,5 milhões de mortes no mundo (cerca de 8,8% da mortalidade total). Se os governos não tomarem medidas radicais, o tabaco vai matar 8,4 milhões de pessoas por ano até 2020, segundo a OMS. O fumo é responsável por 80% das mortes por câncer do pulmão, 80% causadas pela bronquite crônica e enfisema pulmonar e 30% dos infartos do coração.
Álcool
O álcool é responsável por 1,8 milhão de mortes por ano. Os continentes mais afetados são América e Europa. O consumo excessivo de álcool causa entre 20% a 30% dos casos de cânceres de esôfago e de fígado, de cirrose, dos assassinatos, dos acidentes de trânsito e das lesões voluntárias. Os órgãos mais atingidos pelo uso abusivo de álcool são o cérebro, trato digestivo, coração, músculos, sangue, glândulas hormonais. Os alcoólatras tornam-se mais susceptíveis a infecções porque suas células de defesa são em menor número.
Má qualidade da água
É responsável por 1,7 milhão de mortes por ano, a maioria provocada pela diarréia causada pela água contaminada. As estatísticas demonstram que a grande maioria dos atendimentos hospitalares prestados pela rede pública, ou seja, 85% dos atendimentos ambulatoriais, decorrem de doenças veiculadas hidricamente, e 65% das internações ocorrem por doenças adquiridas por meio da má qualidade da água. Lagos, rios, reservatórios, áreas alagadas são fontes permanentes de água para as necessidades humanas, para a produção de alimentos, para as atividades industriais. No entanto, tanto a quantidade quanto a qualidade da água estão sofrendo alterações significativas.