Para o mecânico Demerson Nunes de Oliveira tomar leite de vaca é algo terminantemente proibido.

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À mínima ingestão da bebida começa a surgir manchas vermelhas em todo o seu corpo, além do inchaço no abdome, sua pele fica inchada e ele não consegue respirar direito.

É difícil encontrar alguém que não tenha um conhecido que não sofra de algum tipo de alergia alimentar. Pode ser ao camarão, leite ou amendoim. Apesar desses casos comuns, a ciência ainda não encontrou uma solução definitiva para alguns tipos de alergias alimentares. Por enquanto, a única medida é evitar o uso desses ingredientes no cardápio.

O gastroenterologista Mário César Vieira explica que as crianças têm maior facilidade para desenvolver alergias alimentares porque, seu sistema de defesa do trato gastrintestinal ainda não está desenvolvido, tornando-as mais vulnerável à intolerância alimentar.

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Crianças com histórico familiar (pais ou irmãos que sofreram de alergias alimentares) têm maior predisposição à doença. “No entanto, até o momento não foi identificado nenhum marcador genético que comprove tal afirmação de forma consistente”, afirma o especialista.

Na pele

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Por seu lado, a nutricionista Denise Marco explica que muitas crianças nascem com alergia a certos alimentos, outras desenvolvem o distúrbio após consumi-los por algumas vezes, mesmo sem ter sofrido manifestações anteriores.

A especialista comenta que os alimentos que causam alergia com mais frequência são leite, ovo, trigo, frutos do mar e alguns vegetais. “Os primeiros sinais normalmente surgem na pele, acompanhados de diarréia, constipação, náuseas e vômitos, asma, rinite e chiado no peito”, enumera.

Os especialistas reconhecem que a alergia alimentar é uma reação adversa que ocorre após a ingestão de determinados alimentos. Em condições normais, o sistema de defesa do organismo monta uma barreira que impede a absorção de substâncias que possam causar problemas, transformando-as em partículas menores, passíveis de absorção.

Existem pessoas que têm uma predisposição individual a desenvolver estas reações e respondem de forma anormal a substâncias que não causam problemas em outras pessoas.

“A substância capaz de desencadear a alergia é denominada de alérgeno ou antígeno”, explica o especialista. Assim, o sistema imunológico reage a um determinado alérgeno, produzindo anticorpos e outras substâncias que levam ao aparecimento dos sintomas.

Exclusão da dieta

Teoricamente qualquer proteína alimentar pode desencadear resposta alérgica. No entanto, um pequeno grupo de alimentos é mais freqüentemente relacionado à alergia, dependendo da faixa etária. Denise Marco salienta que, das causas mais comuns de alergia, principalmente em crianças, está o leite. A cada 100 crianças, três são alérgicas ao leite de vaca.

“Em 95% dos casos os sintomas desaparecem após os quatro anos de idade”, ressalta a nutricionista. Em derivados de leite, como iogurte ou queijo, não há perigo, pois a lactose presente é decomposta durante o processamento. Outros alimentos podem desencadear alergias incluindo ovo, amendoim, nozes, soja e frutos do mar.

Conforme Mário Vieira, a exclusão do alimento responsável pelas manifestações é a única terapia apropriada. No entanto, ele orienta que se tal alimento trouxer prejuízos de ordem nutricional à criança, deve ser substituído produtos que forneçam esses nutrientes.

“O acompanhamento por um especialista familiarizado com questões de alergia alimentar é essencial para que um regime seguro e adequado seja utilizado”, garante o gastroenterologista. O sucesso da dieta depende da observação cuidadosa de que a mesma seja nutricionalmente completa e que não contenha os alérgenos causadores da alergia.

Para recuperar o organismo

* Frutas, verduras e legumes
* Arroz integral
* Carne de frango ou peixe
* Trigo, cevada e semente de linh,aça
* Água e chá verde

Fique de olhos nesses alimentos

* Leite e derivados
* Soja
* Chocolate
* Corantes
* Aromatizantes
* Ovos
* Frutos do mar
* Amendoim