Nem só de recordações agradáveis é feita a temporada de verão, principalmente em um país tropical como o Brasil. Mesmo que a temporada tenha sido marcada por longos períodos de chuva, algumas marcas não desejadas podem acompanhar as pessoas na volta ao dia a dia atribulado de trabalhos e estudos.
Procurando bem, quem aproveitou a temporada para andar mais à vontade nas praias e piscinas sempre encontra manchas e pele ressecada, que logo começam a “descascar”. Desprezados por muitos veranistas, principalmente, mulheres, os cuidados para revitalizar a pele e mantê-la saudável são, muitas vezes, esquecidos.
Quando os dias de sol começarem a rarear, é chegada a hora de passar por um check-up em todo o corpo e descobrir as pequenas mazelas escondidas sob o bronzeado.
Nesta estação são muitos os inimigos da pele: o sol, a água do mar, a areia e o cloro da piscina. Dependendo dos cuidados mantidos ao longo da temporada, o fim das férias significa normalmente pele áspera, desidratada e manchada, cabelos ressecados, sem brilho e desbotados.
Peelings químicos
A dermatologista Lígia Kogos ressalta que rosto e corpo podem até estar com uma cor bonita, porém a pele não cuidada pode apresentar-se com poros mais dilatados, ressecada e com uma aparência nada saudável.
“Alguns produtos podem ajudar a superar essa fase e atenuar o desconforto”, observa. Assim, o uso de loções corporais pós-sol ou sprays refrescantes, que não necessitem ser retirados depois, aliviam a dor da pele queimada.
Como primeiro passo, é possível tratar as chamadas melanoses solares, que são manchas pequenas ou os melasmas, manchas mais extensas. Segundo a esteticista Elisabeth Correa Jacob, os primeiros casos podem ser resolvidos com peelings químicos realizados nos consultórios ou mesmo com os clareadores aplicados em casa, que contém as mesmas substâncias. “O que muda é apenas a concentração, que depende do tipo de pele e da extensão das manchas”, explica.
A especialista lembra que é preciso sempre manter a hidratação com cremes que contenham substâncias regeneradoras, antioxidantes e calmantes. “Além desses cuidados, podemos usar tratamentos, como a luz pulsada, que possibilita o rejuvenescimento, o clareamento e também a retirada de vasos finos”, completa Elisabeth.
Pele nova
Ainda que existam tratamentos que permitem minimizar a exposição indevida ou excessiva ao sol, ela lembra que é indispensável tomar cuidados com a fotoproteção, medidas que têm por objetivo prevenir os sérios danos relacionados a exposição solar.
“O sol emite radiações magnéticas classificadas de acordo com seu comprimento de onda e cada uma tem um efeito diferente sobre a pele, dependendo da duração e intensidade da exposição”, comenta, salientado que é de extrema importância a utilização diária de protetores solares, que deve ser iniciada a partir dos seis meses de idade, não importando a estação do ano.
“Ano após ano, aumentam as sardas e as manchas na pele, que envelhece mais rapidamente se não houver a preocupação de lhe dar vida nova após cada exposição aos agentes agressores”, adverte a dermatologista Sylvia Ypiranga.
A regra número um no regresso de férias é evitar mais agressões à pele. Nada de banhos quentes, esfoliações severas e sabonetes, que minam a proteção natural. Prefira banhos mornos e rápidos, usando sabonete neutro, sobretudo nas regiões do corpo onde há maior transpiração, como as axilas, mãos e pés. No fim, não se esqueça – alimente a sua pele com um bom hidratante.
Outros inimigos
De acordo com a es,pecialista, o que acontece é que as células da pele têm um ciclo de vida de 14 a 21 dias, que culmina com a formação da camada composta apenas dos restos celulares.
Com a exposição ao sol, o bronzeamento induz a um espessamento dessa camada, que se mostra com menos brilho. “Uma esfoliação leve – pode ser mecânica ou química – traz nova vida à pele e remove as células mortas”, recomenda.
Algumas pessoas desenvolvem melasmas e essas manchas podem e devem ser tratadas, sob supervisão médica, com ácidos, despigmentantes e fotoprotetores, desde que não haja nova exposição solar abusiva.
Outros procedimentos ainda podem dar uma “forcinha” no visual, conforme a necessidade individual – como aplicação de toxina botulínica e preenchimento de rugas e sulcos.
É verdade que com o fim do verão chegou a hora de cuidar dos estragos causados por horas de praia e piscina. A dermatologista adianta que não se pode culpar o sol por todos esses estragos, esquecendo que fumo, álcool, estresse, excessos alimentares e cosméticos inadequados também são inimigos de uma pele saudável.
Os sete pecados que prejudicam a pele
1. Não usar filtro solar. Seu uso é essencial para a proteção, ajudando na prevenção ao câncer de pele
2. Não retirar a maquiagem antes de dormir. Este hábito causa obstrução dos poros, acne e envelhecimento precoce, além de deixar a pele opaca e sem brilho
3. Ingerir alimentos gordurosos com muita frequência. A saúde da pele está intimamente ligada ao bom funcionamento do aparelho digestório
4. Estresse. Fatores emocionais criam pontos de tensão na pele, ocasionando rugas e acentuando as linhas de expressão
5. Não tomar água. O corpo é formado por 70% de água, e todas as funções vitais do organismo necessitam dela. A pele é o órgão que mais sente os efeitos da desidratação
6. Tomar banhos com água muito quente. Este hábito elimina a lubrificação natural, predispondo às doenças da pele. Para quem tem pele oleosa, não é recomendável lavar o rosto com sabonete comum.
7. Não fazer uso de hidratantes. Esses produtos adiam o aparecimento de rugas e devem ser usados de acordo com cada tipo de pele.
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| A tendência com a mudança de estação é o corpo ficar menos à mostra e as pessoas deixarem os cuidados com a pele esquecidos até o próximo verão. |
