O estado de saúde na Bolívia e outros quatro países do continente americano é “eticamente intolerável”, afirmou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), que disse que essas nações devem ser “prioridade” na hora de decidir o destino da cooperação técnica internacional.
“Há uma urgente necessidade de enfrentar a agenda incompleta da saúde nesses países prioritários”, disse a diretora da OPS, Mirta Roses. Segundo ela, a situação da saúde na Bolívia, Nicarágua, Haiti, Guiana e Honduras “é eticamente intolerável e evitável”.
“A solidariedade e igualdade são valores de nosso trabalho de saúde pública e podemos canalizar esforços internacionais na direção dos cinco países prioritários”, sustentou Roses, que advertiu que “são essenciais recursos financeiros apropriados e um apoio sustentado para poder avançar” nesse terreno.
A OPS explicou que a decisão de que esses países sejam prioridade “não é arbitrária”, mas “se baseia nos indicadores de saúde que apresentam”, muito abaixo da média regional.
“Como comparação, a taxa de mortalidade materna para cada 100 mil nascidos vivos nesses cinco países é a mesma que os Estados Unidos tinham nas décadas de 30 e 40”, assinalou a OPS.
Na Bolívia, “há apenas 1,3 médico para cada mil habitantes e, no Haiti, 0,2”, enquanto a pobreza “domina o panorama desses países, onde entre 43% e 63% da população vivem abaixo da linha de pobreza”.
O organismo indicou que essas cinco nações “apresentam deficiências em comum: uma estrutura do sistema de saúde altamente fragmentada e insuficiente, concentração de serviços nas áreas mais ricas e profunda desigualdade no acesso, entre outros”.