A Organização Mundial de Saúde (OMS) e os governos de seis países em que a poliomielite ainda é uma endemia, concordaram nesta quinta-feira em fazer um esforço final de erradicação da doença, que no passado afetava centenas de milhares de crianças por ano em todo o mundo.
O plano pede campanhas de vacinação em massa, principalmente nesses seis países – Índia, Paquistão, Egito, Nigéria, Níger e Afeganistão -, com 250 milhões de crianças sendo vacinadas e recebendo reforços em uma tentativa de interromper a transmissão.
A pólio foi uma das doenças mais graves e disseminadas do mundo. Mas o número de casos relatados até agora, referentes ao ano de 2003, caiu para 603 – um terço do registrado em 2002, segundo a OMS.
“A pólio deve ser relegada aos livros de história nos próximos 12 meses”, disseram à agência de saúde da ONU, ministros e outras autoridades daqueles seis países, em uma declaração divulgada ao fim da reunião de um dia convocada para se estabelecer a estratégia de combate à doença.
Eles disseram que US$ 150 milhões são necessários com urgência, pelos próximos dois anos, para completar o trabalho. A OMS encabeça há 16 anos a campanha mundial para erradicação da poliomielite – uma infecção facilmente evitável – até 2005. A campanha já custou US$ 3 bilhões.
A meta não será cumprida porque são necessários três anos sem novos casos, antes de as Nações Unidas declararem uma doença erradicada – o que só ocorreu até hoje com a varíola, nos anos 80. Mas a erradicação está mais perto do que jamais esteve, relata a ONU, com Índia, Paquistão e Egito registrando baixas recordes na incidência de pólio.
A Nigéria continua sendo um problema. No ano passado, líderes religiosos locais do país de maioria muçulmana, forçaram a suspensão do programa de vacinação porque temiam que a vacina espalhasse a Aids e causasse infertilidade.
No início desta semana, a OMS confirmou dois casos em Camarões e Benin, dois de vários países vizinhos da Nigéria e previamente livres da pólio que relataram surtos recentemente.