O Dr. Rubens Camargo Siqueira, especialista em tratamento de doenças de retina e vítreo e autor do único livro brasileiro sobre mapeamento de retina (Revinter / Rio Med Livros, 2000), estará em Curitiba entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro. Na segunda-feira, dia 2, ele fará uma palestra no XV Congresso Brasileiro de Prevenção da Cegueira e Reabilitação Visual, no Expotrade. A palestra será às 15h30, com o tema será um novo método de detecção de infecções da retina causadas por virus. O método é baseado na análise do DNA.
O Dr. Rubens fez especialização em Harvard, é membro da Academia Americana de Oftalmologia e e da Associação Americana de Pesquisa em Oftalmologia. É também diretor do CERV – Centro Especializado de Retina e Vídeo ? em Belo Horizonte, e responsável pelo Departamento de Retina e Vítreo do Hospital do Olho de São José do Rio Preto, São Paulo.
Uma das especialidades do Dr. Rubens é o tratamento da degeneração macular, doença que é a maior causa da cegueira entre pessoas idosas no Brasil. Ele diz que infelizmente a maioria da população ainda conhece pouco sobre degeneração macular. Normalmente a maior preocupação de quem está perto dos 60 anos é a catarata. Mas este problema pode ser corrigido com uma cirurgia simples, depois da qual a pessoa volta a enxergar ? em alguns casos melhor que antes. Já a degeneração macular não tem cura. Nove entre dez pacientes já estão com a visão irremediavelmente afetada quando procuram o médico. E o máximo que ele pode fazer é tentar evitar a cegueira total. Por isso o Dr. Rubens alerta: quem já passou dos 50 deve procurar um oftalmologista pelo menos uma vez por ano, para que a degeneração possa ser descoberta ainda no início.
A prevenção é feita através do exame de fundo do olho, onde o médico observa possíveis alterações na retina. Ela é uma membrana formada por células nervosas, e funciona como se fosse o filme de uma máquina fotográfica: recebe as imagens captadas e as “revela” para o cérebro. A mácula é o ponto mais central da retina, e é responsável pela visão detalhada, bem nítida e colorida. É a parte do olho que usamos para ler, por exemplo. À medida que envelhecemos a retina vai sofrendo um desgaste natural. Em algumas pessoas este desgaste chega até a mácula. E aí os começam os distúrbios de visão: linhas retas se transformam em curvas, durante a leitura o centro da página fica desfocado ou então o centro da paisagem vira um espaço vazio.
Um dos métodos usados para deter o avanço da degeneração é a fototerapia termodinâmica, com a aplicação de raio laser. O tratamento surgiu há 2 anos, quando foi lançado o Visudyne, um corante que permite o uso do laser apenas no local afetado, sem desgastar ainda mais a retina. Só que este tratamento tem um problema: o custo. A droga é importada e custa cerca de 6 mil reias por ano.
Mas recentemente pesquisadores brasileiros descobriram um similar: é a indocianina verde, um produto que tem o mesmo efeito do Visudyne, mas com um custo 3 vezes menor. O tratamento cai de 6 mil para mil e quinhentos reais. O Dr. Rubens Camargo participou da pesquisa e foi um dos primeiros médicos a usar a indocianina. O tratamento já foi aprovado pelo Ministério da Saúde.