A obesidade causa sérios transtornos à vida sexual, tanto para homens como mulheres, segundo resultados preliminares de um estudo sobre a sexualidade do obeso. Para os homens, o excesso de peso causa problemas “tecno-físicos”, como dificuldade de movimento e baixa resistência a esforços, enquanto as mulheres enfrentam problemas de ordem estética e emocional, como desgosto com o próprio corpo e vergonha de se mostrar nua.

A pesquisa, que continuará até o próximo ano sob a coordenação do médico Francesco Leonardi, do setor de Dietologia do hospital Cannizaro de Catânia, foi apresentada durante o XV Simpósio “A nutrição no novo quadro social” realizado em Siena.

Os dados do levantamento foram fornecidos por 16 unidades especializadas em dietética e nutrição clínica da rede hospitalar italiana, entre 37 que aderiram ao projeto. O objetivo do estudo é avaliar, num grupo de obesos, a presença de distúrbios na área genital e as eventuais correlações entre a conduta alimentar e a atividade sexual.

Participaram da pesquisa 439 pacientes de ambos os sexos entre os 25 e 65 anos (casados e solteiros), que responderam a um questionário. Os médicos constataram que, para 33,4% dos obesos, a vida sexual piorou, enquanto apenas 3,9% dos pacientes tinham problemas sexuais antes de engordar.

Os homens e mulheres deram explicações diferentes para o fenômeno. Os homens atribuíram a deterioração da vida sexual à maior dificuldade nos movimentos (30,2%) e à baixa resistência física (17,7%), enquanto as mulheres citaram o medo de desagradar o parceiro (25,9%) e a vergonha de mostrar o corpo nu (23,2%), informaram os pesquisadores.

Segundo o estudo, a vinculação entre a insatisfação sexual e o comportamento alimentar alterado foi constatada principalmente entre as mulheres, que citaram a comida como maior causa das frustrações de ordem sexual. A pesquisa revelou também que apenas 15,9% dos pacientes recorrem aos médicos para solucionar problemas ligados à sexualidade.

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