A obesidade está se tornando uma epidemia mundial e, em muitas localidades, já é um problema de saúde pública. No Brasil, entre 10% e 15% dos habitantes são obesos e entre 1,5 milhão e 2 milhões são obesos mórbidos, problema que não é resolvido apenas com reeducação alimentar e exercícios físicos. A obesidade mórbida representa a segunda causa de morte evitável no País, só perdendo para o trauma. O assunto está sendo discutido na Pontifícia Universidade Católica (PUC) e no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, durante o Curso Internacional de Cirurgia Bariátrica Laparoscópica, promovido pela primeira vez no Brasil e que reúne profissionais de diversas regiões do mundo, inclusive dos EUA, que tem a maior quantidade de obesos mórbidos do planeta.
O curso está apontando a cirurgia de redução de estômago (gastroplastia) por videolaparoscopia como principal solução para o mal. Pelo método convencional, chamado de cirurgia aberta, faz-se um corte de aproximadamente 10 cm no abdômen do paciente. Já por videolaparoscopia, uma câmera é introduzida dentro do estômago através de um aparelho em formato de caneta, que faz com que a imagem aumente vinte vezes e o médico possa realizar o procedimento apenas por quatro ou cinco furinhos onde são inseridas pinças.
“Atualmente, qualquer obeso mórbido pode se submeter à cirurgia por videolaparoscopia”, comenta o cirurgião responsável pelo Núcleo de Obesidade Mórbida de Curitiba, Alcides José Branco Filho. Segundo ele, na videolaparoscopia o tempo de internamento é menor, o retorno do paciente às atividades normais acontece mais rapidamente e há menor risco de infecções. Há uma separação do estômago, que fica com um reservatório com capacidade entre 15 e 30 ml. “O paciente come menos e o organismo ingere menos calorias. A perda de peso ocorre de forma saudável”, explica José Branco. A obesidade mórbida pode causar problemas cardiológicos, ortopédicos, endocrinológicos, respiratórios e psicológicos.