A maioria das pessoas já tomou conhecimento de que a obesidade é um fator preponderante para o surgimento de problemas cardíacos, vasculares e diabetes, notadamente doenças ligadas diretamente ao excesso de peso.

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No entanto, poucos sabem que os quilos a mais mostrados na balança preocupam de maneira significativa os oncologistas em todo o mundo.

Isto porque, a obesidade vem em segundo lugar entre as prováveis causas do aparecimento de câncer, depois do cigarro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima mais de um quarto dos casos de câncer em todo o mundo estejam relacionados ao excesso de peso e à falta de atividade física.

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Os riscos de câncer de mama após a menopausa, câncer de cólon, próstata, esôfago, endométrio e rins aumentam entre não fumantes acima do peso e entre adultos obesos.

“Muitos se preocupam com a estética, mas a obesidade hoje se tornou um problema de saúde pública e é vista como uma epidemia, principalmente na América Latina”, lembra o oncologista Fernando Medina da Cunha. O alerta do médico é baseado na experiência de quem convive com pacientes oncológicos no dia a dia e, principalmente, em dados levantados por estudos científicos.

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Uma pesquisa feita pela União Internacional de Combate ao Câncer (UICC) mostra que 30% dos casos de câncer nos países ocidentais são provocados pela combinação da alimentação inadequada com o sedentarismo, que também traz como consequência o sobrepeso. De acordo com o especialista, quanto mais células se duplicam, maiores as chances de algo dar errado e originar uma célula maligna.

“Esses hormônios adicionais levam a uma rápida reprodução das células de câncer e, também, as células de gordura podem manter os agentes que causam o câncer escondidos no corpo e levar ao desenvolvimento da doença”, diz Medina.

Fatores modificáveis

Segundo o relatório, os riscos de câncer de mama após a menopausa, câncer de cólon, próstata, esôfago, endométrio e rins aumentam entre não fumantes acima do peso e entre adultos obesos.

Andar ao menos 30 minutos por dia, parar de fumar e manter uma alimentação equilibrada devem ser as primeiras medidas adotadas para se ter uma vida saudável.

“A obesidade e o hábito de fumar são os fatores que mais contribuem para a manifestação do câncer e podem ser fatores decisivos na sobrevida dos pacientes que convivem com a doença” ressalta o oncologista.

A pesquisa revela que a obesidade aumentou nos brasileiros: 13% dos adultos são obesos, sendo maior o índice nas mulheres (13,6%) do que entre os homens (12,4%).

Ainda segundo o levantamento, o índice de brasileiros com excesso de peso se manteve estável nos últimos três anos. Entre os adultos das 26 capitais e do Distrito Federal, 43,3% estão acima do peso. Neste caso, a frequência entre os homens é maior: 47,3% contra 39,5% das mulheres.

“É importante que as pessoas saibam que a obesidade e o sobrepeso são fatores de risco modificáveis para o câncer”, sintetiza a epidemiologista e oncologista clínica Alice Medeiros Zelmanowicz.